No dia 16 de fevereiro, a Polícia Militar conseguiu invadir a ocupação Sonho Real, em Goiânia, deixando dois mortos e 31 feridos. Nenhum policial ficou ferido no dia da desocupação. Nesta semana, foi divulgado o laudo do Instituto de Criminalística, provando que um dos dois mortos, o sem-teto Wagner da Silva Moreira, de 21 anos, foi atingido fora do local da ocupação, em uma área sob controle da PM. Um novo laudo deve sair nos próximos dias, indicando a autoria da execução.

Os sem-teto, que vem sendo ameaçados e que ainda estão alojados em condições precárias, não acreditam que a investigação da Polícia possa ser isenta e determinar os culpados. Por isso, solicitaram, à Comissão Parlamentar Mista que investiga conflitos agrários e urbanos, que o inquérito seja transferido para a esfera federal.

A Comissão, criada em dezembro no Congresso Nacional, esteve no dia 03 de março em Goiânia para investigar a ação de reintegração de posse da ocupação Sonho Real. Os sete parlamentares ouviram o governador Marconi Perillo e o secretário de Segurança Jonathas Silva, que chegou a considerar a violenta operação policial de ‘um sucesso’. Também conversaram com moradores da área que estão sendo ameaçados e lideranças, como Américo Novaes.

Depois da visita e de receberem um dossiê com as denúncias, encaminharam ao Supremo Tribunal de Justiça o pedido de federalização do caso e a exigência de que sejam vistoriadas as armas usadas pelos policiais na operação.

  • LEIA TAMBÉM

    [22/2] Cronologia da ocupação de Goiânia

    [22/2] Entrevista com Américo Novaes, líder da ocupação Sonho Real