Foto: Rodrigo Barrenechea

Atividade foi realizada pelo PSTU durante o 2º Congresso Nacional da ANEL

Divulgado corpo a corpo nas ruas, nas salas e nos auditórios que abrigam o 2º Congresso da Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (ANEL), na Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), o lançamento da biografia inédita de Marx no país, pela editora Sundermann, reuniu e emocionou mais de 800 pessoas, transformando-se em um grande ato socialista.

Realizada pelo PSTU, a atividade aconteceu na última sexta-feira, 31 de maio, em uma noite fria que foi aquecida por declarações emocionadas de estudantes de todo o Brasil e pelas intervenções de três militantes do partido: o dirigente e operário da construção civil Atnágoras Lopes, a vereadora de Natal (RN) Amanda Gurgel e o professor Valério Arcary.

Recaiu sobre os ombros desses três companheiros a tarefa de apresentar a obra de Marx e compartilhar algumas impressões sobre os 10 anos de PT no poder. Estudantes das mais variadas cidades e dos mais variados estados tiveram, neste ato, a certeza de que vale a pena lutar por um novo mundo.

Responsável pela abertura, Atnágoras Lopes iniciou a atividade valorizando a oportunidade de apresentar o PSTU aos estudantes que constroem a ANEL. “Agradecemos a chance de apresentar nosso partido a todos que estão aqui. E vamos buscar em nossas as falas ter muita humildade. Não nos cabe aqui sermos autoproclamatórios, mas queremos compartilhar a experiência do que é ser um militante revolucionário em um país como o nosso. Queremos dizer que o PSTU é o embrião do novo mundo que queremos construir”.

Contrariando a promessa do “fim da história”, o ato reafirmou a atualidade do socialismo, reforçando a permanente contribuição da obra de Marx para inúmeras gerações de revolucionários. “Marx ensinou que devemos enfrentar nossos algozes e que o mundo que sonhamos só é possível no socialismo. E não podemos nos furtar de dizer o que estamos fazendo aqui: estamos conspirando contra o estado burguês, contra uma meia dúzia que lucra com o sangue e as lágrimas da classe operária”.

Valério Arcary foi taxativo. “O projeto socialista é possível e está na ordem do dia. Todos os dias pipocam sementes do socialismo. Em Belo Monte, onde os operários se rebelam contra condições de trabalho que se parecem com um campo de prisão, na greve dos professores, na luta da juventude independente e de luta da ANEL… E embora a semente não seja a árvore, ela é a demonstração da possibilidade”.

O sacrifício de militar em um partido revolucionário, que se constrói com independência política e financeira, não foi omitido por Atnágoras. “Somos muito pequenos, mas nossos princípios e nosso programa nos permite conquistar uma força superior ao tamanho que temos no país. E nenhum sacrifício é penoso quando o coração está tomado pelo desejo de transformar o mundo. Não há nada mais concreto que a fé na revolução e no marxismo. Não há nada mais concreto que a fé na aliança entre a juventude e os operários”.

Para Arcary, “a coerência de um partido e a garantia de que ele é marxista não é medida por aquilo que ele pensa de si mesmo e nem por aquilo que ele fala de si mesmo. É medida pela comparação entre aquilo que se diz e aquilo que se pratica”.

O Partido e o Parlamento
Amanda Gurgel, vereadora do PSTU em Natal (RN), comentou o papel de um partido revolucionário nas eleições e nos parlamentos. Eleita com mais de 30 mil votos sem um único centavo de empresários, Amanda tem transformado o seu mandato em uma tribuna popular dos trabalhadores e do povo pobre. “Fizemos uma campanha para conquistar, sim, votos, mas para conquistar principalmente consciências. Hoje, o PSTU está na Câmara de Natal a serviço das lutas e para dizer que não é o parlamento que irá mudar nossas vidas e que as eleições não são o caminho para transformar a sociedade”.

O ceticismo generalizado aos partidos políticos, explicado principalmente pelos seguidos casos de corrupção que envolvem a maior parte das legendas, é uma realidade. E o PSTU não se furta de entrar neste debate. “Falar em partido é quase uma doença”, lembrou Amanda. “Os burgueses dizem diariamente aos trabalhadores e aos filhos da classe operária que não podemos acreditar em partidos. Mas eles têm suas representações, eles têm os seus candidatos”, afirmou Atnágoras.

Aliança com a direita e venda de sonhos: os 10 de PT no poder
O envolvimento em casos de corrupção, a repressão aos movimentos sociais e a privatização de setores estratégicos do país, como os portos, petróleo, rodovias e aeroportos, têm sido a marca do governo petista, que completou neste ano 10 anos de poder repetindo a mesma receita de FHC. A esperança de milhões de ativistas com a chegada de Lula ao planalto não só foi frustrada, como causou uma devastação na consciência da classe trabalhadora. Dilma repete o mesmo enredo.

“O PT se elegeu em 2002 de braços dados com a direita, vendendo sonhos. E sonho é uma coisa muito séria. O PSTU caminha no sentido contrário. Não jogamos nossos sonhos no lixo, mas jogamos o nosso mandato na Câmara no lixo se for preciso. Nossos sonhos não cabem nas urnas”, afirmou Amanda.

Bem-vindos, jovens revolucionários!
O final da atividade foi reservado a perguntas dos estudantes aos três palestrantes. Mas o que seu viu foi uma onda de declarações de apoio e de ingresso ao PSTU de jovens que pertencem a uma aguerrida geração de lutadores. Dois casos simbólicos sensibilizaram as mais de 800 pessoas presentes. Tivemos a alegria de receber em nossa organização uma nova militante, filha de um ex-prefeito tucano, e a alegria de receber um novo militante, até ontem “noivo do PSOL”, que subiu ao palco para dizer com orgulho: “Deixei a noiva no altar, agora sou do PSTU”.

Muitos deles emocionados, com lágrimas de felicidade escorrendo em seus rostos, compartilharam a emoção de ter encontrado nas fileiras do PSTU um espaço onde se combate de fato as opressões, a sede de lucro dos patrões e as traições de um governo que prometeu reformas não cumpridas e deixadas no vazio. Um espaço onde todos compartilham da mesma certeza: a de que a nossa tarefa é pavimentar o caminho da revolução socialista, sem ilusões reformistas que defendem a “radicalização da democracia”. Porque esta luta vale a pena. Bem-vindos, jovens revolucionários! 

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