É verdade que as oligarquias nunca largaram o poder, mas vê-las nos mais altos postos de comando do país é sempre indigesto. Depois do retorno de Renan, foi a vez da eleição do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) para o comando da Câmara.

Pior foi ver que o governo do PT não só preserva, mas avança em sua aliança com o que há de mais atrasado e corrupto no país, pensando em 2014. Conforme divulgou a coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo, o ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho (PMDB), deve disputar o governo do Rio Grande do Norte. A nota afirma ainda que ele apoiaria a deputada federal do PT, Fátima Bezerra, para o Senado. Isso encerrará a aliança do PMDB com o DEM no estado, que já começa a ser ensaiada agora, em meio à crise do governo Rosalba Ciarlini (DEM).

É lamentável ver o esforço feito pelo governo Dilma para eleger um representante de uma das mais velhas e corruptas oligarquias estado, como é o caso da família Alves. Oligarquia diretamente responsável pelo nosso estado ser o terceiro mais desigual do país.

A ficha do deputado Henrique Eduardo, por exemplo, é bem extensa, revelando que ele não coleciona apenas seus 11 mandatos em 42 anos de “vida pública”. Alves responde por denúncia de improbidade administrativa. Ele é acusado de enriquecimento ilícito e de desviar emendas do Orçamento para uma empresa de um funcionário de seu gabinete.
Mas a eleição do deputado não representa apenas o coroamento da aliança do governo com as oligarquias. Significa um caminho mais livre para uma nova reforma da Previdência, já anunciada pelo ministro Garibaldi Alves. Em entrevistas, o ministro já deixou claro que o governo pretende dificultar ainda mais a aposentadoria dos trabalhadores. A ideia é fazer a população trabalhar até morrer, com as mulheres – como as operárias da fábrica Guararapes – sendo as mais afetadas pela reforma.

Setores da imprensa comemoraram a eleição pela primeira vez de um potiguar para a presidência da Câmara. Entretanto, nós, trabalhadores e trabalhadoras, não temos nada a festejar com as oligarquias. Ele e Renan representam a cara do Congresso corrupto. Nós é que não merecemos este Congresso.
 

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