Editora Sundermann lança biografia de Karl Marx, de Franz Mehring

Já está disponível, tanto no site quanto na loja da Editora Sundermann, o livro Karl Marx – A história de sua vida, de Franz Mehring. O livro de Mehring, escrito em 1918, pouco antes de sua morte, é um dos muitos clássicos do marxismo que nunca tiveram uma edição brasileira, mas que, agora, quase cem anos depois de ser escrito, pode ser apreciado por todos os leitores interessados na vida e na obra do criador do socialismo científico.
Para marcar o lançamento do livro, a Editora Sundermann, junto com o PSTU, promoverá no país inteiro uma rodada de debates e palestras.
A figura de Karl Marx voltou à cena graças à crise econômica mundial que assola várias regiões do mundo há quase cinco anos. Em 2008, por exemplo, O Capital, a obra prima de Marx, teve um pico de vendas na Alemanha, se tornando um dos livros mais vendidos naquele ano. Mesmo no Brasil, o interesse por Marx foi renovado nos últimos tempos, com várias editoras se dedicando a lançar suas obras, além de frequentes debates sobre as questões fundamentais da obra do filósofo alemão, organizadas por universidades, partidos de esquerda ou ativistas independentes.

O que a obra de Franz Mehring tem a oferecer?
Apesar de muito importante para despertar o interesse dos novos ativistas no tema, a maioria das atividades, artigos, livros e debates sobre Marx sofre de uma grande debilidade: apresentam, em sua maioria, um Marx meramente filósofo ou meramente economista. Esta dimensão, a do filósofo e economista, é decisiva para entender Marx, mas não é a única. Em seu livro, Franz Mehring nos apresenta um Marx quase desconhecido, ou pelo menos semiesquecido: um líder político, organizador partidário, agitador de operários e orador da revolução.
Mehring descreve de maneira brilhante o papel dirigente de Marx na Liga dos Comunistas, a organização de revolucionários que adotou O Manifesto Comunista como seu documento fundacional. Ali vemos Marx elaborando as palavras de ordem para cada momento da luta de classes, articulando com aliados e combatendo inimigos. Vemos ainda como Marx teve uma participação efetiva, pessoal, nos grandes eventos de 1848, quando uma onda de revoluções democráticas varreu a Europa e instituiu democracias limitadas em uma série de países. Ao contrário do que se crê, esses eventos encontraram o proletariado europeu já em vias de se organizar como classe independente, pelo menos em alguns países, e Marx era justamente um dos principais impulsionadores dessa organização.
Passada a onda revolucionária de 1848, o movimento operário europeu sentiu a necessidade de se organizar não mais apenas nacionalmente, mas internacionalmente, para resistir de maneira coordenada aos ataques dos distintos governos burgueses e aristocráticos. Aí também esteve Karl Marx, articulando as representações operárias dos distintos países, viajando para se reunir com líderes dos trabalhadores nos mais longínquos rincões da Europa do século 19, editando panfletos e brochuras de educação e formação socialista! Surgia assim a Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT), a primeira experiência de organização revolucionária internacional da história.
Mais tarde, em 1871, ocorreu a Comuna de Paris, a revolta dos operários parisienses que resultou na tomada da capital francesa pelas milícias proletárias e na constituição de um governo operário autônomo, que resistiu pouco mais de dois meses, até ser afogado em sangue pela reação burguesa. Ali surgiu, pela primeira vez na história, o esboço prático do que Marx viria a chamar depois de ditadura do proletariado, ou seja, um tipo de Estado oposto ao Estado burguês, à ditadura da burguesia. Um Estado muito mais democrático do que qualquer outro, onde a maioria proletária governa para a maioria, nos interesses da maioria, enfrentando, com a força da sua organização, a resistência das velhas classes possuidoras. Neste processo, Marx, e também Engels, seu amigo e colaborador de toda a vida, intervieram diretamente com sugestões, programas, proclamações, campanhas de ajuda e solidariedade ativa.

A grandeza de Marx
Para onde se olhe, se verá um Marx político e dirigente revolucionário. Ele estuda, reflete, se retira temporariamente do campo de batalha, mas apenas para voltar com mais força, munido com a arma mais poderosa da face da Terra: a correta compreensão dos fenômenos.
Quem tenta separar o Marx filósofo e economista do Marx lutador político incorrerá (consciente ou inconscientemente – não importa) em uma falsificação histórica. Marx foi, antes de tudo, um lutador reflexivo, que buscava e se nutria da verdade, mas um lutador.
Hoje em dia, sob o impacto da crise econômica, tenta-se passar a ideia de que Marx foi um bom intérprete do capitalismo, mas que suas ideias sobre o comunismo e a revolução proletária devem ser esquecidas, dispensadas como um exagero infantil deste grande homem. Nada é mais distante da verdade do que essa ideia. Só existiu um Marx, e ele era pensador e revolucionário, filósofo e líder, economista e agitador ao mesmo tempo. E nisso residia sua grandeza.
Para marcar os 130 anos da morte deste gênio e os dez anos de sua própria existência, a Editora Sundermann fará uma rodada nacional de debates e apresentações do livro.
Entre em contato com o PSTU de sua cidade. Informe-se sobre a venda e o lançamento do livro pelo site da Editora Sundermann. Ou organize, você mesmo, uma atividade no seu sindicato, escola ou universidade.
Aos 130 anos da morte de Karl Marx, suas ideias estão mais vivas do que nunca!

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