Apostando no Tribunal Superior do Trabalho (TST) para sair do impasse que a própria Caixa Econômica Federal criou nas negociações, a direção da empresa e o governo Lula sentiram o peso da mobilização dos bancários, que responderam a essa política truculenta com luta.

No dia 16, um fortíssimo piquete em frente à Cetel (central que abriga cerca de mil trabalhadores terceirizados) impediu o funcionamento do setor de telemarketing e de parte da tecnologia em São Paulo. Uma ação radicalizada que há muito não se via numa greve de bancários.

No final da tarde daquele dia, a maioria das assembleias decidiu manter a greve nacional. O movimento segue com força nos 26 estados e no Distrito Federal.

Derrota da CEF na Justiça dá fôlego à greve
Tentando não negociar com os trabalhadores ao utilizar a mesa única da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) como escudo, Lula e a direção da Caixa se viram de mãos atadas frente a uma greve muito mais forte que nos últimos anos. Apelaram, então, para o dissídio e um pedido de liminar decretando abusividade do movimento.
No entanto, o tribunal negou a solicitação. Essa derrota acirrou ainda mais os ânimos dos trabalhadores, que agora fortalecem e radicalizam a greve. Enquanto isso, a Caixa é obrigada a esperar por duas audiências de conciliação antes do julgamento do dissídio com a maioria das suas agências fechadas.

A primeira reunião foi marcada para o dia 21. Esse cenário dá fôlego à greve e abre a possibilidade de, através do fortalecimento do movimento, os bancários conseguirem arrancar da Caixa suas reivindicações.

MNOB defende fortalecimento da greve
O Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB), ligado à Conlutas, entende que este é o momento de ampliar e fortalecer a paralisação, pois há espaço para conquistar as reivindicações da categoria até o julgamento do dissídio.
Os trabalhadores cujos sindicatos encerraram a greve devem exigir das direções que chamem novas assembleias para retomar o movimento, pois essas localidades estão isoladas, enquanto a paralisação permanece forte em mais de 90% dos locais.

Outros bancos em greve
Os trabalhadores do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e do Banco do Estado de Sergipe (Banese) também permanecem em greve, aguardando propostas da direção da empresa. O Banco da Amazônia apresentou nova proposta em negociação e os trabalhadores irão submetê-la às assembleias.

Post author Juary Chagas, de Natal (RN)
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