No dia 8 de agosto, o Juiz da 9º Vara Federal de Brasília, Antônio Correa, acatou o pedido do Ministério Público e deu 10 dias de prazo para o fim da greve do INSS. A paralisação chega a 69 dias devido à intransigência do governo Lula em não negociar as reivindicações dos servidores.

O movimento de greve da Seguridade Social enfrenta todo tipo de repressão e autoritarismo por parte do governo e da Justiça. Os servidores tiveram o ponto cortado e, em São Paulo, o sindicato da categoria vem recebendo multa para cada dia de greve. A decisão da Justiça de impor um prazo para o término da greve forçou o governo a abrir nova rodada de negociação. Caso o INSS não volte a funcionar, o governo e o órgão terão que pagar R$ 100 mil de multa.

Porém, nem por isso o governo reviu sua posição. Durante reunião entre servidores e o Secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, o representante do governo manteve a intransigência e não avançou nas negociações. O secretário afirmou que o governo apenas discutiria a questão dos servidores do INSS em greve, ignorando a situação dos funcionários dos demais setores da Seguridade Social que estão em greve. Além do INSS, a Seguridade também reúne servidores dos Ministérios do Trabalho, Saúde e Previdência.

Diante do impasse, Mendonça afirmou que iria endurecer na repressão aos servidores. Ele e o presidente do INSS, Moysés Symão, enfatizaram que o governo iniciaria a abertura de processos administrativos contra os servidores parados, podendo culminar em advertência, punição ou até mesmo demissão.

Como se isso não bastasse, o ex-presidente da CUT e atual ministro do Trabalho, Luiz Marinho, pressiona pessoalmente os servidores para pôr fim à greve. Marinho se dispôs a intermediar uma solução para o impasse desde que os trabalhadores voltem imediatamente ao serviço.

Condsef confia no governo e leva cano
A Confederação Nacional dos Servidores Públicos Federais, que representa os servidores de órgãos públicos, incluindo parte dos funcionários da Seguridade Social, aceitou uma proposta rebaixada do governo e pôs fim à greve no último dia 14 de julho. Pra piorar, além de enfraquecer a greve do funcionalismo, a Confederação levou cano na agenda de negociações acertada com o governo.

Uma reunião entre a Condsef e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que seria realizada na tarde do dia 10 de agosto, foi desmarcada pelo governo sem que outra fosse agendada. Isso demonstra o papel lamentável que a direção majoritária da Condsef, governista, cumpre no movimento, além de reafirmar que o governo não merece a mínima confiança dos servidores.