Os seis companheiros encarcerados em Caleta Olivia sofreram um duro golpe esta semana. O Juiz de Instrução decretou a prisão preventivaA prisão preventiva significa, pelas leis argentinas, que os companheiros poderão ficar presos por até oito meses, somente para que seja feita a investigação. Ao final deste prazo, eles podem inclusive ser julgados inocentes, mas terão passado todo este período na cadeia por lutarem por emprego e salário.

O pior pode acontecer. Se os seis, no fim do julgamento, forem condenados por todas as acusações, a pena pode chegar a até 16 anos de prisão.

Esta decisão demonstra o absurdo funcionamento da Justiça a serviço das elites. O
que se pretende é estender por meses a chamada “prisão preventiva”, sem qualquer tipo de julgamento. Algo que pode ser prolongado por até um ano e, depois, a Justiça pode simplesmente soltar os companheiros por falta de provas.

O objetivo é afastar os trabalhadores de suas lutas, tentar intimidar seus companheiros e, evidentemente, tentar enfraquecer qualquer tipo de pressão que esteja sendo feita por parte das campanhas de solidariedade.

Isto é o que eles esperam. O que temos de fazer é exatamente o oposto.

Solidariedade internacional

Para tentar reverter esta absurda situação devemos intensificar a campanha pela libertação dos companheiros.

Já são centenas de assinaturas de dirigentes sindicais, parlamentares e personalidades exigindo a liberdade dos presos políticos de Caleta Olivia. Foram feitas visitas aos Consulados de São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro e, no dia 25, uma comissão foi recebida pelo embaixador da Argentina.

Os próximos passos incluem o recolhimento de mais assinaturas em atos, manifestações, Câmaras Municipais, Assembléias Legislativas e no Congresso. O Comitê contra a Criminalização dos Movimentos Sociais e pela Liberdade dos Presos Políticos de Caleta Olivia irá produzir um cartaz e uma camiseta. Além disso, está sendo preparada uma vigília na frente dos consulados de todo o país para o dia 20 de dezembro, dia da insurreição conhecida como argentinazo, quando haverá uma grande manifestação em Buenos Aires.

Os presos argentinos estão passando por uma grave situação financeira. Por isso, o Comitê discutirá com sindicatos uma ajuda para a subsistência das famílias dos presos. A prefeitura de Caleta, que na greve de fome havia prometido ajudá-los, recuou. Esta campanha será internacional.

Post author Wilson H. da silva, da redação e Américo Gomes, da Direção Nacional do PSTU
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