Militantes divulgam e vendem o jornal
Arquivo PSTU

300 números de imprensa operária e socialistaNo dia 31 de maio de 1996, foi publicado o primeiro número do Opinião Socialista.

Em todos estes anos, o Opinião teve projetos, formatos e periodicidade diferentes, mantendo, no entanto, a mesma concepção de imprensa de Lênin – o jornal como um “organizador coletivo” do partido. Enquanto a quase totalidade das organizações de esquerda abandonou o jornal como instrumento de construção e intervenção política, o PSTU reafirma, a cada momento, a centralidade do órgão como parte da concepção leninista de partido.

Uma história de 30 anos
A trajetória do Opinião Socialista, contudo, não começou em 1996. Pode-se dizer que a história da imprensa do PSTU se confunde com a própria existência da organização no país, cuja tradição se estende por mais de 30 anos. A imprensa do partido remonta ao ano de 1974, sob o regime militar, quando a corrente Liga Operária editou seu primeiro jornal, produzido ainda no exílio na Argentina, o Independência Operária. Publicado em papel mimeógrafo e distribuído de forma clandestina, o jornal foi fundamental para a consolidação da corrente no país.

Nos anos seguintes o jornal se fundiu ao alternativo Versus, que passaria a se chamar Versus – Convergência Socialista. A partir de 1979 e do fim da publicação, o jornal passou a se chamar somente Convergência Socialista.

Se antes todas as organizações mantinham uma imprensa regular, nas décadas de 1980 e 1990, o processo de adaptação à institucionalidade fez com que a grande maioria dos jornais de esquerda fosse jogada para escanteio, expressão do abandono da concepção leninista de partido e da própria luta pela revolução socialista. O jornal da Convergência, porém, atravessou o deserto da década de 1990, mantendo os mesmos princípios com os quais fora fundado.

Com a fundação do PSTU, em 1994, surgiu uma nova publicação, nomeada Jornal do PSTU, reunindo a tradição da imprensa dos diversos grupos e correntes que fundaram a organização. Em 1996, após o primeiro congresso e a primeira etapa de consolidação do partido, surgiu a necessidade de um outro jornal com um novo projeto editorial e gráfico. Desta vez, o nome escolhido não foi tão óbvio. Após uma consulta nos núcleos, surgiram dezenas de sugestões, entre elas Opinião Socialista.

Formar e informar
Embora o veículo fosse uma publicação para a vanguarda e para os setores organizados de nossa classe, deveria abordar uma maior variedade de temas, partindo dos fatos que estão na consciência dos trabalhadores para apresentar nossa política, oferecendo o que expressa o próprio nome: uma opinião socialista.

A informação é decisiva. “Partir dos acontecimentos reais significa que precisamos de um jornal com muita informação. Um jornal em primeiro lugar informativo. O problema das informações não é apenas jornalístico, mas fundamentalmente político”, afirma o projeto.

O projeto cita Trotsky para afirmar a importância de que o jornal, antes de tudo, informe a seus leitores. “Um acontecimento deve, sobretudo, ser apresentado de forma clara e inteligível: há que precisar onde ocorre, o que ocorre e como ocorre”. Este esforço pela clareza e por atingir uma linguagem acessível aos diversos perfis de leitores tem sido redobrado.

Outro objetivo é o da formação política. Não bastava somente um veículo informando as lutas que se desenvolviam no país e no mundo. Era preciso também propaganda política, em artigos mais profundos sobre teoria e marxismo, garantindo maior densidade ao veículo. Foram essas idéias e experiências que originaram o Opinião Socialista.

Disputa de idéias
Na edição de 1º de maio de 2004, o Opinião inicia nova fase, passando a ser semanal, uma tradição em toda a esquerda até meados dos anos 1990. O resgate foi motivado principalmente pela nova realidade, um governo de frente popular que tinha por objetivo impedir que o país vivesse insurreições e revoluções, como as que naquele período ocorriam em países latino-americanos.

Diante das ilusões e enormes expectativas em relação a Lula, era preciso um grande debate, oferecendo uma outra visão sobre as ações do governo, como o pagamento das dívidas e as reformas.

Nestes anos, o Opinião se afirmou como referência de imprensa independente e revolucionária, mantida financeiramente apenas com a contribuição dos leitores. No final de 2004, a comunicação do partido ganhou novo impulso, com a reestruturação do Portal do PSTU e a atualização permanente na internet. Além de trazer informação em tempo real entre as edições do Opinião, o Portal tem funcionado como uma importante ferramenta de construção, atingindo regiões onde o PSTU não existe e permitindo filiações e assinaturas online.

Nesta edição apresentamos aos nossos leitores um novo logotipo, mostrando que a preocupação com uma boa apresentação gráfica continua na ordem do dia.
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