São José dos Campos (SP): assembleia na fábrica Elgin, realizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos
Redação

Entre 10 e 12 de julho, aconteceu a Jornada Nacional de Lutas pelo “Fora Bolsonaro! Impeachment já!”. Os dias foram marcados por protestos em fábricas, canteiros de obras, unidades da Petrobras, carreatas, assembleias e panfletagens.

Mesmo com as limitações impostas pelo isolamento social necessário, a jornada cumpriu seu objetivo, que era se contrapor à política genocida do governo Bolsonaro no combate à pandemia, que é seguida por governadores e prefeitos ao relaxar a quarentena nesta retomada de atividades econômicas.

São Paulo (SP): Carreata organizada pela CSP-Conlutas percorreu o Campo de Bagatelle, no bairro de Santana

“Foi um dia importante porque fomos às bases, preparamos antes, discutimos e percebemos que há um processo grande de ruptura com Bolsonaro e pela busca de alternativas. A polarização que tem na sociedade está na consciência da classe trabalhadora devido à crise da pandemia. Há uma revolta com tudo o que está acontecendo, afinal, de cada dez trabalhador, cinco não têm emprego no Brasil”, explica Atnágoras Lopes, da direção da CSP-Conlutas.

A unidade em torno da campanha pelo Fora Bolsonaro é composta por partidos políticos como PT, PSOL, PSTU, PCdoB, UP, PCB, PCO, PSB, PDT, Rede; centrais sindicais como CUT, Força Sindical, CSP-Conlutas, CTB, Intersindical Central – Intersindical Instrumento de Luta, UGT, CSB, CGTB, Nova Central; frentes Brasil Popular e Povo sem Medo; torcidas organizadas; entre outros.

Rio de Janeiro: Protesto na TABG Petrobras; governo avança na privatização da estatal e expõem os petroleiros ao vírus, colocando a vida de milhares de trabalhadores em risco.

A CSP-Conlutas integra a iniciativa mantendo sua independência e autonomia ao levantar as bandeiras aprovadas nas suas instâncias desde o início da pandemia: “Em defesa da vida, quarentena geral com garantia de emprego e renda digna para todos. Fora já Bolsonaro e Mourão”. Contudo, Atnágoras avalia que a jornada poderia ter sido melhor: “Agora, lamentavelmente, a cúpula das maiores centrais brasileiras passou ao largo do dia 10. Isso é grave, porque enquanto caminhamos para 2 milhões de infectados e mais de 70 mil famílias chorando seus mortos, setores da direção do movimento sindical apostam nas eleições de 2022 e não na derrubada desse governo pela luta”, explica.

Atnágoras sabe que a saída para a imensa crise que assola o país não vai sair das eleições, um jogo de cartas marcadas da burguesia, mas da luta por uma sociedade socialista.

Pernambuco: jornada de luta pelo Fora Bolsonaro e Mourão começou antes do amanhecer, em portas de fábricas, garagens de ônibus e periferias.

 

VAMOS CONSTRUIR!

7 de agosto é a nova data de lutas

No dia 11, foi realizada uma plenária virtual na qual muitos setores mostraram disposição de construir uma data de luta maior. A plenária reuniu cerca de 700 militantes de mais de 100 entidades que fazem parte da Frente Nacional Pelo Fora Bolsonaro.

“Essa plenária apontou para a realização de um dia nacional de mobilização no dia 7 de agosto, e achamos que é fundamental que ela seja reafirmada e que as principais direções do movimento incorporem essa data de luta. Nós, da CSP-Conlutas, vamos intensificar ainda mais a luta e a mobilização. Defender a vida significa botar pra fora Bolsonaro e Mourão, esse governo que é o pior vírus da história recente”, explica o dirigente da CSP-Conlutas.

Curitiba (PR): Panfletagem na fábrica New Holland

Quando falou ao Opinião, Atnágoras estava em Brasília, onde houve o protocolo do pedido de impeachment de Bolsonaro. Ele avalia que a ação é muito importante. “Mas não dá pra confiar nesse Congresso, que é um balcão de negócios. No meio da pandemia, os caras estão retirando nossos direitos. É na luta que vamos derrubar esse governo. Claro que protocolar o pedido é importante pois soma na luta. Mas vamos fortalecer o dia 7”, diz.

O sindicalista também avalia a necessidade de se construir uma greve geral para defender a vida. “Agora todos os governos mandam os trabalhadores para o abatedouro, para a vala comum dos enterros coletivos, sejam pró-governo [Bolsonaro] ou da dita oposição. Por isso, acho que é necessário a gente voltar a debater a necessidade de construir uma greve geral. Parar o país em defesa da vida, de uma quarentena geral com garantia de emprego e de renda digna para todos”, concluiu.

Mariana (MG): setor da mineração realizou um ato na mina Timbopeba.