A unidade da empresa química Johnson & Johnson de São José dos Campos (SP) deu início a uma brutal retirada de direitos de seus trabalhadores. Com o “singelo” nome de “plano de reestruturação de cargos e salários”, o projeto renomeia cargos para contratar trabalhadores com salários menores cumprindo as mesmas funções dos já empregados. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas de São José dos Campos e Região, o rebaixamento salarial chega a mais de 38%.

A lógica seguida pela Johnson & Johnson é a mesma da GM, rejeitada pelos trabalhadores, de criação de banco de horas e redução salarial. Em nota conjunta, os sindicatos dos Metalúrgicos e dos Químicos dizem que “a aceitação de medidas que reduzem direitos enfraquece a luta de toda a categoria e contribui para um maior empobrecimento da população local. A redução constante do número de postos de trabalho nas grandes montadoras instaladas em nosso país, onde tais medidas foram implantadas, deixa claro o seu efeito perverso para os trabalhadores. Não podemos apoiar que as multinacionais, que remetem seus polpudos lucros para o exterior, aumentem a exploração sobre os trabalhadores”.

O Sindicato dos Químicos também informou que hoje já existem funcionários da Johnson no mesmo posto de trabalho função com pisos diferenciados, de R$ 740 e R$ 1.200. O objetivo dessa política é, no futuro, demitir os operários com salários mais altos.

Os trabalhadores aprovaram, em assembléias, uma campanha nacional contra a redução de salários e de direitos trabalhistas. Além disso, o sindicato também entrou com um pedido de fiscalização junto à Delegacia Regional do Trabalho, pois, segundo a Consolidação das Leis do Trabalho, dois funcionários que cumprem as mesmas funções numa empresa não podem receber salários diferentes.

O sindicato iniciou uma campanha de pedidos de apoio. ” Iniciamos essa jornada de luta e solicitamos o apoio e a solidariedade de todos aqueles que lutam cotidianamente contra as reformas neoliberais do governo Lula e do PT que retiram direitos trabalhistas, aumentando as condições precárias no local de trabalho”, diz nota da entidade.

As moções de apoio aos trabalhadores e em repúdio à política da Johnson devem ser enviadas via fax para os contatos abaixo, com cópia para [email protected] e [email protected].

MOÇÕES PARA:
Sr. André Rheindoldt, diretor-geral – Tel./fax: (12) 3932 4145
Sr. Vilson Mata – Tel./fax: (12) 3932 4280
Sr. Francisco Nakagawa – Tel./fax: (12) 3932 1712

Sindicato dos Químicos de são José dos Campos e Região
Tel./fax: (12) 3921 8177

VEJA, ABAIXO, MODELO DE MOÇÃO DE APOIO:
Às Empresas:
Johnson & Johnson Industrial Ltda.
Johnson & Johnson Produtos Profissionais Ltda.
Janssen-Cilag Farmacêutica Ltda.
Johnson & Johnson Comércio e Distribuição Ltda.

A/C
Sr. André Rheindoldt
Sr. Eugen Máster
Sr. Vilson Mata
Sr. Francisco Nakagawa

Senhores Diretores,

Solidarizamo-nos com a luta dos trabalhadores da Johnson & Johnson e do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas de São José dos Campos e Região contra a redução do piso salarial fabril que a empresa vem aplicando à revelia dos trabalhadores e do Sindicato, por meio de um mascarado plano de reestruturação de cargos e salários imposto sem qualquer discussão. Repudiamos a atitude anti-sindical da empresa multinacional Johnson & Johnson que fere a legislação trabalhista vigente e as Convenções Internacionais do Trabalho e denunciaremos esta agressão em todos os Fóruns cabíveis em âmbito nacional e internacional.

Esperamos que a empresa reveja sua postura, faça o acerto de conduta e recue do ataque ao nível salarial de seus trabalhadores.

Colocamo-nos à disposição do Sindicato dos Químicos para realizarmos todas as ações necessárias inclusive junto aos órgãos públicos e autoridades competentes para garantir o direito ao salário digno a todo trabalhador da Johnson & Johnson.

Com informações do Sindicato dos Químicos de São José dos Campos e Região e do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região