Apoio dos Estados Unidos aos bombardeios sionistas prevalece em conferência internacionalOs aviões e a artilharia israelense continuam bombardeando o Líbano e assassinando a sua população. A ação militar sionista, que já dura quase 20 dias, já vitimou mais de 600 pessoas e arrasou com a infra-estrutura do país.

Nesta quarta-feira, dia 26, o governo de Israel autorizou a convocação de mais de 30 mil reservistas, para o caso de os combates se intensificarem. Essa é uma resposta ao recrudescimento da resistência libanesa. Um dia antes, na terça, nove soldados de Israel foram mortos em emboscadas do Hizbollah. Segundo o conselheiro militar do presidente de Israel, Ron Bem Yishai, essas ações provocam um golpe horrível na moral dos soldados israelenses.

Atuando como um grupo guerrilheiro, que combina ações de guerrilha urbana com bombardeios contra cidades ao norte de Israel, o Hizbollah demonstra que sua capacidade de resistência pode produzir profundos golpes contra o exército israelense. Soma-se a isso a vantagem do Hizbollah em lutar em um território bastante conhecido. Dessa forma, encontram facilidade de locomoção e de atrair o inimigo para armadilhas. Também contam com facilidade para deslocar e esconder seus armamentos.

Aviso
Como se não bastasse, Israel matou quatro observadores da ONU ao sul do Líbano. Dirigentes das Nações Unidas disseram que pediram por “dez vezes” ao exército de Israel que interrompessem os bombardeios, pois estes poderiam atingir os membros da ONU. Mas os ataques continuaram. Essa ação mostra a maneira como são escolhidos os “alvos” dos ataques sionistas. Bombas são despejadas sem critério, vitimando milhares de civis indefesos.

A morte dos observadores da ONU, junto com as baixas militares, acumula um forte desgaste a Israel que, mesmo tendo o apoio dos EUA e a imensa maioria dos órgãos de imprensa ao seu lado, não consegue esconder o caráter genocida das suas ações.
Por outro lado, cresce o apoio do mundo árabe à resistência libanesa. No próprio Líbano pode-se constatar isso. Uma pesquisa do Centro de Estudos e Informação em Beirute (BCRI), mostra que 87% dos libaneses apóiam o Hizbollah. E 70 % dos consultados responderam afirmativamente ao serem perguntados se foi correto que Hizbollah seqüestra-se no dia 12 de julho dois soldados israelenses. Constata-se aí que tentativa de Israel em dividir os libaneses foi por água abaixo.

Condolência Rice
Palavras, palavras e palavras. Assim foi o encontro da conferência internacional para o Líbano, realizada no dia 26, com representantes da ONU e mais 18 países, entre eles os EUA e as nações européias.

No encontro predominou a posição do imperialismo norte-americano, representado pela secretária Condoleezza Rice, que defende as ações de Israel e se opõe a um cessar fogo imediato no Líbano. Utilizando-se de jogo de palavras, a conferência publicou um texto onde se lê que os países devem “trabalhar imediatamente para um cessar fogo”. O trecho foi alvo de polêmicas, pois a posição do imperialismo europeu, acompanhada pelas Nações Unidas, defendia um “imediato cessar fogo”.

Mas, apesar das diferenças, entre esses cavalheiros há muito mais acordo do que diferenças. Prova disso é que todos possuem um acordo básico: enviar tropas de ocupação para o Líbano – sob a cobertura da ONU – para “estabilizar” a região.

Plano de ocupação
O plano foi apresentado por Condoleezza Rice, secretária de defesa dos EUA, em sua visita relâmpago em Beirute. Para ela devia-se mandar um contingente de soldados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Segundo Condoleezza a força de intervenção ficaria ao longo da fronteira libanesa-israelense por 60 a 90 dias. Depois disto espalhará por todo o Líbano uma força encabeçada pela aliança atlântica, com mais soldados, que se encarregaria de desarmar o Hizbollah e de treinar o exército libanês.

Contudo, os governos da Europa preferem uma ocupação feita pela ONU, uma vez que OTAN já esta “sobrecarregada” em outra frente no Oriente Médio, o Afeganistão.
Assim, a ONU mostra mais uma vez até que ponto está a serviço da política imperialista na região e que pouco ou nada se importa com a gritante violação dos direitos humanos praticada impunemente pelo Estado de Israel.