Inconformados com o controle do Hamas na faixa de Gaza, Estados Unidos patrocinam golpe na regiãoA situação nos territórios palestinos tornou-se aguda com o enfrentamento entre o Hamas e a Al Fatah, as organizações com maior peso político na região. O Hamas tomou o controle da faixa de Gaza, expulsando as milícias do Fatah. Em seguida, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) e maior dirigente da Fatah, promoveu um golpe de Estado dissolvendo o parlamento e destituindo o premiê Ismail Haniyeh, do Hamas. No seu lugar, foi nomeado o Salam Fayyad, ex-funcionário do Banco Mundial e do FMI. Nas eleições de 2006, o partido de Fayyad, o Terceira Via, obteve apenas 2,4% dos votos.

As medidas de Abbas foram totalmente apoiadas pelo imperialismo. Logo após o golpe de estado, EUA e Israel – seguido pela União Européia -, abençoaram imediatamente o novo governo e anunciaram a retomada da ajuda financeira à ANP que se encontrava congelada desde a vitória eleitoral do Hamas, em 2006. O premiê israelense, Ehud Olmert, comunicou a liberação de US$ 350 milhões de dos cerca de US$ 700 milhões oriundos de impostos palestinos. Como se não bastasse, Olmert ainda ameaçou em utilizar as força militar sionista para invadir Gaza.

Responsáveis
Os novos confrontos na Faixa de Gaza têm como principais responsáveis os EUA e Israel. A vitória do Hamas nunca foi aceita pelo imperialismo que tentou de tudo para desgastar e fazer que o grupo islâmico ficasse de joelhos.

Embora o Hamas tenha uma direção burguesa e defenda uma república fundamentalista religiosa, o fato de manter em seu programa o chamado a destruição de Israel, fez com que os palestinos votassem massivamente neles, expressando um repúdio à traição do Fatah.

O objetivo era criar um governo palestino fantoche dos EUA, apoiado na corrupta ANP de Abbas. Por isso, forneceram armas para milícias da Fatah na Faixa de Gaza, dirigidas pelo comandante Muhammad Dahlan, o homem que os EUA apostavam para esmagar o Hamas. Dahlan construiu um verdadeiro “exército particular”, totalmente armado pelo sionismo e pelos EUA. Foram precisamente as ações provocativas de Dahlan – reprimindo a população, perseguindo e assassinando partidários do Hamas – que acenderam detonaram o estopim para a revolta em Gaza.

Abbas sempre trabalhou para obrigar o Hamas a capitular e seguir no mesmo caminho percorrido pela Al Fatah. Hoje Abbas já não pode ser considerado apenas um simples dirigente burguês que capitula, pois e ele se transformou em um agente direto de Israel e EUA, chefe de um governo colaboracionista semelhante ao que foi o governo de Vichy na França ocupada por Hitler, em 1940. Nesse momento, por exemplo, a área de segurança de seu governo é diretamente associada pela CIA.

Fim do Bloqueio já!
A expulsão dos colaboradores transformou a Faixa de gaza em um território palestino independente. No entanto, o Israel, o imperialismo e Abbas mantêm o bloqueio na região, resultando no aprofundamento da infra-estrutura e agravando a miséria. Querem que o povo palestino se renda pela fome.

É preciso organizar uma campanha internacional exigindo o fim imediato do bloqueio a Gaza, para que o povo palestino tenha acesso a alimentos, medicamentos e tudo que for necessário para a sobrevivência da população.

Unidade de todos que queiram lutar
Nesse momento é imprescindível a unidade de todos que querem lutar pela causa palestina, contra o imperialismo e Israel. No entanto, não possível construir essa unidade com colaboracionistas do tipo Abbas, pois eles passaram à condição de agentes do imperialismo, portanto, inimigos do povo palestino e de sua luta.