Meses após ter sido rechaçado do Líbano pela resistência armada do Hezzbolah, Israel amplia agora sua ofensiva militar sobre a Palestina. Os ataques do exército sionista se concentram nos territórios da Faixa de Gaza e Cisjordânia. No dia 23 de novembro as forças armadas israelenses atacaram um prédio do Fatah, o partido do atual presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, aliado de Israel, mostrando que a atual incursão sobre os territórios ocupados não se reduz à caça aos que chamam de “terroristas”.

Um dia antes, o exército israelense já havia assassinado cinco pessoas, entre elas uma mulher e um adolescente de 14 anos. No dia 3 de novembro, um grupo de mulheres palestinas tentavam formar um escudo humano para proteger militantes refugiados em uma mesquita na cidade de Beith Hanoun, na Faixa de Gaza. Em frente às câmeras, os soldados israelenses abriram fogo contra as mulheres desarmadas. No entanto, o mundo pôde testemunhar o real caráter genocida do Estado de Israel na madrugada do dia 8, quando um bombardeio aéreo na mesma Beith Hanoun matou 19 palestinos, entre eles oito crianças, que dormiam nas casas atingidas.

Assim como ocorreu no Líbano, os ataques israelenses não discriminam alvos civis ou militares. Porém, as ações buscam atingir principalmente o Hamas, movimento islâmico de resistência vencedor das eleições parlamentares de janeiro de 2006. No último dia 21 o líder do Hamas em Gaza, Ayman Hassanin, foi assassinado pelas forças de Israel. A recente onda de ataques à Palestina ocorre, desta forma, como meio de retaliar o povo palestino por ter elegido o Hamas, assim como para enfraquecer o partido e provocar a divisão das facções políticas da Autoridade Nacional Palestina.

O Estado sionista deflagrou a ofensiva sobre Gaza e Cisjordânia no dia 15 de junho, utilizando como pretexto a morte de um soldado israelense na Palestina. De lá pra cá, o exército judeu trucidou mais de 300 palestinos, entre civis e militantes. O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, declarou diversas vezes que não há prazo para o fim das retaliações militares de Israel.

Ofensiva militar e econômica
Os ataques de Israel, no entanto, não são os únicos que fustigam a população palestina. O boicote econômico imposto pelas principais potências imperialistas à região após a vitória do Hamas relega os palestinos à pobreza e miséria. No dia 22 de novembro a agência da ONU para os refugiados palestinos, a Unrwa, divulgou estudo que mostra a situação de penúria em que encontra boa parte dos moradores dos territórios ocupados. Em 2006, a pobreza aumentou 64% em Gaza e na Cisjordânia. Hoje, mais de 1 milhão de palestinos na região vivem em situação de “profunda pobreza”.

Dia de Solidariedade à causa palestina
O próximo dia 29 de novembro é o Dia de Solidariedade Internacional à Luta do Povo Palestino. Em todo o mundo será lembrada a heróica luta dos palestinos contra a ocupação e o massacre israelense. No Rio de Janeiro, o Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino realizará um debate sobre a esquerda brasileiroa e o apoio internacionalista à causa árabe. O debate será no dia 29, às 18h30, no auditório do IFCS/UFRJ, no Largo de São Francisco. Entre os debatedores, Cyro Garcia, presidente do PSTU-RJ.

Vídeo do ataque a um grupo de mulheres e crianças palestinas