A burguesia hondurenha começa a sentir os efeitos econômicos de um mês de rebelião popular, dos bloqueios de estradas e do isolamento internacional. Uma série de eventos mostra a pressão imperialista para forçar o Acordo de San José. Por um lado, a retirada do visto diplomático de figuras chaves do golpismo: o presidente do Congresso Nacional, o ministro da Defesa, o comissário dos Direitos Humanos e um juiz da Suprema Corte. Por outro, a carta de empresas imperialistas presentes em Honduras, como Nike e Gap, contra o golpe.

Começam as primeiras fissuras na frente burguesa-oligárquica-militar, com atritos e pronunciamentos que se distanciam do golpismo. Começando pelas próprias Forças Armadas, que acenaram aceitar o Acordo de San José.

O funcionamento precário da economia prejudica as oligarquias da América Central e as multinacionais. Os golpistas começam a ver suas bases burguesas e oligárquicas insatisfeitas. Calcula-se em 500 milhões de dólares as perdas pelas interrupções nas atividades comerciais e pelo temor de investidores estrangeiros.
É importante dizer claramente que é necessário preparar-se para responder à repressão, organizando a autodefesa popular. É necessário quebrar a estrutura das apodrecidas Forças Armadas.

Ao contrário do que diz Zelaya, é necessário preparar-se para fazer frente aos ataques e chamar as camadas inferiores de oficiais a desobedecer às ordens de reprimir o povo. Já houve insubordinação de policiais obrigados a permanecer de prontidão por semanas, sem salário. E oficiais médios mostraram-se descontentes com o papel que cumprem. A frente de resistência deve chamar abertamente os soldados a romper.

O golpismo não se consolidou até agora, devido, em primeiro lugar, à resistência heroica das massas, que fizeram as maiores mobilizações de sua história. E pela dificuldade dos golpistas de legitimar-se internacionalmente.

É necessário manter a solidariedade em todo o mundo. Uma vitória popular em Honduras dará uma lição à direita fascista e estimulará o movimento operário e popular mundial. Devemos cercar de solidariedade a heroica luta das massas. É preciso isolar economicamente os golpistas exigindo dos governos o boicote total e fazendo ações operárias contra os que comercializam com o golpismo. Precisamos avançar e estender a mobilização até derrotar o golpe.

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