A família de Lula volta a ser o centro das atenções das maracutaias dos últimos meses. Em julho deste ano, surgiu a denúncia de que a empresa de seu filho recebera um investimento suspeito de R$ 5 milhões da Telemar. Desta vez, há denúncias de que o irmão mais velho de Lula, Genival Inácio da Silva, mais conhecido como Vavá, tenha como atividade profissional a intermediação de pedidos de empresários junto a prefeituras petistas, órgãos do governo e empresas estatais.

As operações de tráfico de influência funcionam desde o início de 2005 em um escritório em São Bernardo do Campo (SP), sem nada na entrada que identifique a natureza dos negócios do escritório. Ao ser questionado sobre suas atividades pela revista Veja, Vavá confirmou que realmente ajuda empresários interessados em trabalhar com o governo, mas que não recebe pagamentos por isso. O próprio advogado Emmanuel Quirino dos Santos, que negou trabalhar no escritório de Vavá, disse que “é natural. Um pedido de um irmão do presidente ninguém nega“.

Além de Emmanuel, Vavá tinha como funcionários do escritório a ex-agente de viagens Cristina Caçapava e a secretária Gisely Sant´Ana. Cristina se apresentava às pessoas como “assessora de Vavá” ou dizia que trabalhava com “consultoria de recursos em órgãos públicos estaduais e federais”.

Relações perigosas
As denúncias feitas pela revista se basearam em anotações feitas por Cristina Caçapava durante o mês de setembro. Os rascunhos mostram os pedidos de empresários e os contatos da “assessora” com prefeituras, ministérios e com o próprio Planalto.

Em uma das anotações, Cristina tenta intermediar um encontro do presidente da Federação Brasileira de Hospitais, Eduardo de Oliveira, com o assessor especial da Presidência da República, César Alvarez, para a renegociação de uma dívida. Eduardo confirmou que pediu que Vavá intermediasse o encontro, alegando que “hoje em dia, se você não tem bons relacionamentos, não consegue fazer nada”. Ele nega, entretanto, que tenha pago Vavá pela influência.

As anotações também indicam negociações com a prefeitura de Jacareí, com o ministro Márcio Thomaz Bastos, com a Caixa Econômica Federal e com uma distribuidora da Petrobras. Vavá também atuaria em pedidos de ONGs para receber patrocínios e verbas do governo.

De graça?
Apesar de negarem que as indicações de Vavá envolvessem pagamentos, o escritório do irmão aposentado de Lula prosperava. Tinha três linhas telefônicas, funcionários, advogado, vários computadores e ele planejava uma ampliação. Além disso, Vavá costuma fazer três viagens por mês a Brasília, pagas por empresários “ajudados” por ele. Vavá diz que sempre vai a passeio para Brasília. O irmão de Lula confirma que as passagens são pagas pelos empresários, mas não explica o motivo para que financiem seus passeios.

Parece que a família Lula da Silva se beneficiou bastante com a eleição do presidente. Lula, diante disso, insiste que não sabe de nada e acusa as forças do além e a má sorte, ao discursar sobre a “urucubaca” que paira sobre seu governo. Para o povo, fica cada vez mais claro que Lula e o Congresso estão envolvidos até o pescoço na lama. Por mais que se tente abafar os escândalos que ocuparam as manchetes durante meses e pôr fim à crise, a cada dia surgem novas informações comprovando que as instituições do regime democrático-burguês estão podres e que é preciso defender o Fora Todos!.