Índios protestam contra Petrobrás no Equador
CMI Equador

Manifestação em Quito exigiu a expulsão da empresa brasileira, que estaria provocando danos ambientaisO papel do Brasil como submetrópole dos EUA na América Latina ficou evidente no último dia 12 de julho, mais uma vez. Além da exploração do petróleo boliviano, a atuação da Petrobrás foi questionada no Equador, quando cerca de 120 índios huaorani realizaram uma manifestação em Quito, com o apoio da Conaie (Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador). Eles exigem a retirada da empresa brasileira do Parque Nacional Yasuní e do território huaorani, alegando que suas atividades têm prejudicado o equilíbrio ambiental da região, na floresta amazônica do Equador.

Os índios dizem que a Petrobras não tem cumprido os compromissos firmados com o governo para a exploração de petróleo (e alegam que sequer foram consultados a respeito dos acordos), e se opõem à construção de uma estrada na região. Os huaorani pediram ainda que o presidente equatoriano, Alfredo Palácio, intervenha junto a Lula pela expulsão da Petrobrás, e deram um prazo de 30 dias.

Na Bolívia, a Petrobrás foi bastante questionada pelos trabalhadores que protagonizaram os recentes levantes revolucionários. Isso porque a empresa controla a maior parte da principal riqueza do país, o gás. Seu faturamento representa 20% do PIB da Bolívia. Por interesses econômicos, o governo brasileiro é contra a nacionalização dos hidrocarbonetos, reivindicação dos bolivianos que deu início à convulsão social no país.

Tanto no Equador como na Bolívia, não restam dúvidas de que o objetivo do governo Lula nesses países não é promover a “integração” sul-americana, como parte de uma suposta política externa soberana. Ao contrário, o Brasil atua como qualquer país imperialista com suas multinacionais em busca de lucro a qualquer preço, ajudando os Estados Unidos na tarefa de recolonização do continente.