O último fim de semana marcou a volta às ruas dos indignados em mais de 80 cidades do Estado Espanhol. Em Madrid e Barcelona, centenas de milhares de manifestantes protagonizaram os maiores protestos. Uma vez mais, no centro das palavras de ordem esteve a luta contra as medidas de austeridade impostas pelo governo de Mariano Rajoy, do PP.

Em meio á crise econômica e política, a resposta do governo à nova jornada dos Indignados foi a repressão direta e aberta. Pelo menos 18 ativistas foram presos na simbólica praça Puerta del Sol, em Madrid, quando a polícia entrou em ação para impedir uma nova ocupação no local.

Embora tenham sido libertados, os presos terão que responder processos por atentado contra agente da autoridade, resistência e desobediência, além de lesão corporal. De acordo com o Código Penal Espanhol, estariam, assim, sujeitos a penas entre 2 e 4 anos de prisão, além de multas.

As manifestações do 12 de maio (12-M) incidem sobre o processo de desgaste que vai sofrendo Rajoy. Submisso aos ditames da União Européia, o Primeiro Ministro reprime e ataca seu povo nas ruas, enquanto prepara novos agrados em favor dos banqueiros. Nesse sentido, as manifestações lembraram os cortes recentes nos orçamentos dos serviços públicos e das injeções milionárias para salvar o grupo Bankia.

Novamente, a juventude teve destaque nas mobilizações. No país que registra o maior índice de desemprego entre jovens de toda a Europa (superior a 50%), o ativismo tem sido saída freqüente aos que temem por seus futuros. Também os estudantes marcaram presença nos atos, denunciando o corte de 3 bilhões de euros determinado por Rajoy para o próximo ano letivo.

No próximo dia 15, completa-se um ano desde o primeiro acampamento na Praça Puerta Del Sol. A data deu o nome ao movimento, que ficou conhecido como 15-M. Em uma Europa em ebulição, as ruas e praças seguirão sendo o palco da dura disputa para ver quem paga a crise.