Este suplemento traz artigos sobre o nosso ponto de vista em relação ao tripé da recolonização imperialista – Alca, dívida e militarização – e saberá porque a luta contra este processo é a principal tarefa do movimento de massas no Brasil e na América Latina

O imperialismo norte-americano, diante do aprofundamento de sua crise econômica, assim como prepara uma nova agressão militar ao Iraque, quer fazer avançar rapidamente seus planos de recolonização da América Latina e antecipar a implementação da Alca.
As reformas constitucionais a serviço do aumento da taxa de lucro dos bancos e multinacionais, a desnacionalização e a dolarização das economias, as privatizações, os ataques às conquistas sociais vêm pavimentando o caminho para a Alca. A dívida externa e a crescente militarização do continente completam o tripé da política recolonizadora do imperialismo para a América Latina.

Porém, desde as insurreições no Equador e na Argentina que derrubaram os governos de Mahuad e De La Rua, respectivamente, passando pelo levante de Cochabamba, na Bolívia, contra a privatização da água, e pelas sucessivas marchas camponesas no Paraguai, o imperialismo tem se deparado com uma heróica resistência das massas.
A campanha continental contra a Alca é parte deste processo, como demonstrou o plebiscito popular realizado no Brasil, onde 10 milhões de pessoas disseram três vezes não à recolonização.

Governo Lula: Soberania ou subordinação à Alca?

Neste mesmo período, vem se formando, em vários países, governos de colaboração de classes. O maior expoente do que acabamos de afirmar foi a vitória do PT nas últimas eleições brasileiras, que levou Luís Inácio Lula da Silva à presidência do país.
Lula, apesar de ter sido levado ao poder como resultado do profundo desgaste do planos neoliberais e do governo de FHC, segue mantendo os acordos com o FMI, pagando a dívida e negociando a Alca.

Hoje, em toda a América Latina, o movimento operário, popular e estudantil tem como desafio seguir com a campanha contra a Alca, a dívida e a militarização. No Brasil, a campanha segue com força, agora exigindo do governo um plebiscito oficial em 2003 para que o povo decida sobre a continuidade ou não das negociações.

Plebiscito oficial já!

No Fórum Social Mundial será lançado o abaixo-assinado exigindo do governo o plebiscito oficial. O PSTU se somará à continuidade da campanha com a mesma disposição militante com que participou do plebiscito de 2002.

Fazemos um chamado a todo o movimento operário, popular e estudantil para que arrecademos milhões de assinaturas em defesa da realização do plebiscito oficial e preparemos uma grande manifestação de massas em junho, quando da entrega do abaixo-assinado em Brasília.

Esta campanha, com certeza, precisa ser uma atividade central do movimento de massas de todo o continente e do Brasil em especial. Será um teste para o governo Lula, que terá de optar entre romper as negociações e defender a soberania ou a subordinação à Alca

Post author Euclides de Agrela,
da redação
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