Na próxima sexta-feira, 6 de novembro, acontece em Maceió (AL) o Seminário Internacional pelo Banimento do Amianto. O evento é promovido pelo Instituto Latino-Americano de Estudos Socioeconômicos (Ilaese) junto com a Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), a Frente Nacional dos Petroleiros (FNP) e o Sindicato dos Petroleiros de Alagoas e Sergipe (Sindipetro-AL/SE).

O amianto é um forte cancerígeno que já foi proibido em 45 países. Na Europa, é vetado desde 1999. O seminário tem como objetivo debater problema e fortalecer a campanha pela proibição no Brasil também. Da mesma forma, visa dar visibilidade aos danos causados pelo amianto, como as doenças e os prejuízos ao meio-ambiente.

O que é o amianto?
Amianto, também chamado de asbesto, é o nome comercial de um composto de fibras constituído, principalmente, por magnésio. O mineral é encontrado em abundância na natureza e tem baixo custo, por isso, foi amplamente utilizado. Aproximadamente três mil produtos industriais levam o amianto na sua composição, como telhas e materiais de construção, por exemplo.

No Brasil, 95% do amianto está concentrado no ramo da construção. Em Alagoas, a indústria química Braskem utiliza o produto na separação de cloro, soda, hidrogênio e outros subprodutos.

No entanto, o amianto é altamente insalubre. Além de provocar danos ambientais, causa doenças diversas, inclusive malignas. Os problemas podem aparecer somente anos depois da exposição e do contato com a substância.

Dentre as doenças causadas pelo amianto, são citados cânceres de pulmão, de laringe e do aparelho digestivo. Também há ocorrência de mesotelioma de pleura e de peritônio, tumor que ataca os tecidos do tórax e do abdômen e que é altamente agressivo e letal. Outras doenças de pulmão e aparelho respiratório não-malignas também são relatadas, como “pulmão de pedra” (um endurecimento do pulmão causado por uma fibrose), derrames e espessamentos pleurais e de diafragma.

Para os organizadores do seminários, a campanha pelo banimento do amianto é uma questão de preservação do planeta e da vida humana. No material de divulgação do evento, os organizadores defendem “a aprovação de leis municipais ou estaduais que impeçam a exploração, industrialização, comercialização e utilização do amianto”.

O seminário acontece a partir das 14h, no auditório do Cefet-AL, que fica na rua Barão de Atalaia, s/nº, Centro. Pedidos de mais informações e inscrições deverão ser feitos pelo telefone (82) 3221 0735. Os participantes receberão certificado emitido pelo Ilaese.

PROGRAMAÇÃO:
14h
Início

14h15
Palestra “Banir o amianto para poder viver”
(Fernanda Gianasi, engenheira e auditora fiscal do TEM de São Paulo)

15h15
Palestra “Mesotelioma: o câncer provocado pelo amianto”
(Dra. Silvana Rubano, Instituo Nacional do Câncer)

16h15
Palestra “O trabalho contemporâneo e o adoecimento dos trabalhadores”
(Tânia Franco, professora da Universidade Federal da Bahia)

Palestra “O duplo discurso da Braskem: vistam a minha camisa e eu não vestirei a de vocês”
(Paulo Bob, trabalhador demitido da Braskem)

17h15
Intervalo

17h45
Palestra “A luta mundial contra o amianto”
(Dra. Laurie Kazan, Intenational Ban Asbestos Secretariat, Inglaterra)

18h45
Palestra “A luta jurídica e sindical pelo banimento do amianto”
(Américo Gomes, advogado, e Aderson Businger, conselheiro da OAB-RJ)

  • Baixe o cartaz do evento (.pdf)

    *Com informações dos organizadores