No III Fórum Social Mundial a Revista “Marxismo Vivo“ está promovendo o Ciclo de
Debates Marxistas, com a presença de várias organizações do mundo. Na oportunidade, a International Socialist Organization (ISO), dos EUA, através do seu dirigente Héctor Reyes, foi convidada a participar da mesa “A guerra imperialista e a crise econômica”, no dia 24 de janeiro. Depois, ele concedeu essa entrevista, em que falou da sua organização e da realidade americana.

Quais os principais pontos programáticos da ISO?

Héctor Reys (HR): Nossa organização baseia-se no socialismo e trabalho. Entendemos que a luta pelo socialismo é produto da classe trabalhadora. Sobre essa premissa lutamos pela revolução e contra o reformismo. Nós nos envolvemos nas lutas dos oprimidos. Para nós é central a luta contra o racismo, porque o racismo é o instrumento mais agudo que a classe dominante norte-americana tem para manter a classe trabalhadora no país dividida. Também estamos presentes na campanha para acabar com a pena de morte. Outro exemplo é a luta pelo direito da mulher . Esse é outro assunto da opressão. Compreendemos que não haverá revolução socialista nos EUA se não existir um partido revolucionário de massa.

Qual a composição social do ISO?

HR: Temos uma quantidade significativa de estudantes, mas a maioria são gente que trabalha. Muitos não pertencem a sindicatos, porque o nível de sindicalização no país é muito baixo. Atualmente cerca de 13% de toda a classe trabalhadora pertencem aos sindicatos da indústria privada.

Quais as principais regiões de atuação?

HR: Temos gente em Nova York, Chicago, São Francisco, Washington, na Carolina do Norte, terra do racismo. Temos trabalho na terra de Bush e em Boston.

Como está o movimento antiguerra nos EUA?

HR: Bem amplo. A experiência e o entendimento político é bem variado entre essa gente. A última pesquisa que eu vi, somente 49% da população considerava a guerra como boa; positiva. Há setores tradicionais, pacifistas e religiosos, que se organizam mas que evitam que se discutam as questões políticas fundamentais como o imperialismo e a natureza das Nações Unidas. Nós trabalhamos com todos eles. Às vezes é difícil entender que podemos marchar contra a guerra juntos, mas mantendo a nossa própria postura, dentro do movimento dos trabalhadores, que está influenciado pelo partido democrático. Então, o movimento antiguerra é bem amplo. Chega aos subúrbios, às populações minoritárias, nas cidades grandes como Chicago.