Nesta terça-feira (18) ocorrem novas manifestações no Haiti devido à falta de iniciativa do governo na reconstrução do país

As condições sub humanas a que o povo está submetido e o adiamento das eleições estão provocando revolta entre o povo haitiano

Depois da manifestação que ocorreu no último dia 10 no Haiti, com forte repressão policial e das tropas militares que ocupam o país, os trabalhadores haitianos se preparam para novas mobilizações nesta terça-feira (18).

De acordo com a organização sindical e popular Batay Ouvriye (Batalha Operária), a população haitiana tem se rebelado e ido às ruas contra o governo, que até agora nada fez, pela reconstrução do país, que continua destruído. “Não há perspectivas de mudanças e a população está submetida a uma situação desumana”, denuncia a organização.

A população continua vivendo nos acampamentos, sem saneamento básico, água, energia elétrica ou qualquer outro tipo de infraestrutura.

Além disso, o povo quer a renúncia do presidente da República René Préval devido as manobras que vêm sendo utilizadas para prorrogar as eleições e o mandato presidencial por mais oito meses. Em 28 de abril foi promulgada a lei de emergência Préval. Esta lei, além de prolongar o mandato do presidente, restringe os direitos democráticos da população. Por isso, toda a tentativa de mobilização tem sido duramente reprimida. E tudo indica que amanhã, quando é comemorado o Dia da Bandeira, não será diferente.

Também constam das reivindicações o fim da repressão e a reconstrução do Haiti a partir dos interesses dos trabalhadores.

A Conlutas apóia a luta do povo haitiano, enviou contribuição financeira às organizações dos trabalhadores após o terremoto e defende a saída das tropas militares que ocupam o Haiti sob o comando do governo brasileiro.