Haitianas sofrem cotidianamente com a violência das forças de ocupação

Palco da primeira (e única) revolução negra deste continente, hoje, o Haiti é um símbolo dos crimes cometidos pelo imperialismo mundial e seus comparsas nos governos nacionais. E, mais uma vez, as mãos de Dilma estão por trás da tragédia que se abateu sobre os haitianos depois do terremoto que matou centenas de milhares.

A mesma ONU que patrocina a ocupação, com a hipocrisia e descaramento que lhe são típicos, tem dados (e nomes) que comprovam que somente durante o primeiro ano de operações da Minustah foram registradas 121 denúncias de exploração e abusos sexuais, e que em 105 deles os “capacetes azuis” estavam envolvidos. Depois do terremoto, quando as condições de vida do povo haitiano degeneraram ainda mais, a Minustah tornou-se ainda mais violenta. Também contra as mulheres. Dados da Anistia Internacional (também extremamente parciais) dão conta de que apenas nos cinco meses após o terremoto, em janeiro de 2010, foram registrado 250 casos de estupro.

Isto, contudo, é apenas a mais fétida ponta de um gigantesco iceberg formado por todo tipo de abusos e violência (sociais, físicas e psicológicas) patrocinadas pelas forças de ocupação da ONU, sob o comando do Brasil. Lamentavelmente, neste “25 de julho”, a situação das haitianas é um terrível símbolo da vida das mulheres negras da América Latina e do Caribe: lhes falta tudo, da alimentação à moradia, da saúde à educação, do mínimo de respeito aos direitos básicos, inclusive o de viver.

Por isso, que no “Dia Internacional das Mulher Negra Latina e Caribenha” devemos levantar bem alto a bandeira contra a ocupação, tomando as haitianas como símbolos da luta que precisamos travar, homens e mulheres, brancos e negros, para que um dia nossas irmãs, mães, amigas e companheiras possam desfrutar de uma vida digna, sem machismo, racismo ou exploração capitalista.

LEIA MAIS

  • 25 de julho: Dia de luta (e luto) das mulheres latinas
  • Violência sem fim e sem fronteiras
  • As mais pobres entre as pobres
  • Uma luta também de nossas irmãs indígenas