Plenário de debate com Sara Al Suri

Durante o Fórum Social Mundial Palestina Livre, ativista da revolução Síria desmente o suposto caráter antiimperialista de Assad e relaciona a luta do povo sírio com a resistência palestina

Cerca de 150 pessoas participaram de um dos mais importantes eventos realizado paralelamente ao Fórum Social Mundial Palestina Livre. A mesa sobre a revolução na Síria contou com a participação de Sara Al Suri, ativista que luta contra a ditadura Assad no país.

Realizada no auditório do CEPRS (Sindicato dos Profissionais da Educação do Rio Grande do Sul), a palestra iniciou com um pequeno documentário sobre a luta travada pelo povo sírio. Cenas de massacre da população civil, vítima dos bombardeios do regime, chocaram a todos no auditório.

Sara explicou o caráter profundamente reacionário do regime Assad, desmentido o suposto caráter antiimperialista do governo. “Assad nunca foi antiimperialista, pouco antes da guerra civil estava implorando para ingressar na OMC e no FMI. Devastou a agricultura familiar do país com planos econômicos neoliberais”.

Também demonstrou profunda indignação contra os setores da esquerda que insistem em apoiar a ditadura síria, como é o caso das organizações ligadas a Cuba ou a Chávez, na Venezuela. “É um absurdo que a Venezuela forneça combustível para alimentar a máquina de guerra de Assad. É o petróleo desse país que alimenta o bombardeio do regime contra a população civil”, explicou.

A ativista também explicou a campanha de calúnias levada por Assad contra os ativistas que foram para as ruas contra o regime. “ Vi que, aqui no Brasil, a mídia criminaliza o povo negro e pobre. Na Síria, o regime usa a mesma linguagem para criminalizar os pobres. Quando o povo foi para as ruas pela primeira vez disseram: ‘quem são esses pobretões que só querem baderna’. Nos chamavam de bandidos e arruaceiros”.

Um dos momentos mais intensos da palestra foi quando Sara relacionou a luta do povo sírio com a causa palestina. Mais uma vez, ela desmentiu o suposto caráter pró-palestino do regime Assad. “Uma das primeiras coisas que o ex-presidente Hafez al-Assad (pai do atual Bashar) fez foi proibir que a resistência palestina pudesse entrar armada na Síria. Hoje, a Palestina é usada como moeda de troca nas negociações com Israel”, denunciou.

Por fim, a ativista explicou como a causa palestina sempre serviu de inspiração para todo o povo sírio, e continua ainda servir no momento que milhares pegam em armas para lutar contra o regime Assad. “Há hoje um palestino em todo revolucionário sírio”, disse.