Greve da construção civil de Fortaleza no seu quarto dia
Foto: Camila Chaves

Para a propaganda oficial essa é a “Copa das Copas”. Para o povo brasileiro é a Copa das lutas

A grande imprensa já começa a reproduzir a propaganda oficial segundo a qual a Copa do Mundo se impôs e calou as críticas dos “pessimistas”. Pode ter calado sim as críticas dos políticos de direita que só pensam em tirar proveito dos problemas do país.
 
Mas, propositalmente, eles se esquecem dos motivos que levaram centenas de milhares de trabalhadores à luta em todos estes meses, com greves, ocupações e manifestações. E estes motivos não tem nada a ver com as dificuldades de infraestrutura do país para receber os turistas na Copa.
 
As greves e manifestações, bem como o descontentamento da população com a Copa, se devem a outro motivo. Se devem às injustiças que se evidenciam com o megaevento e a destinação de dezenas de bilhões de reais às empreiteiras para obras da Copa enquanto os hospitais públicos estão caindo aos pedaços. É com a injustiça que se expressa no contraste entre os bilhões de lucros obtidos pelas grandes empresas que recebem ajuda do governo toda hora e o salário arrochado dos trabalhadores destas empresas. É com as dezenas de milhares de policiais mobilizados para reprimir os trabalhadores em suas lutas, enquanto não há segurança publica para o povo que vive na periferia das grandes cidades.
 
É essa situação que faz com que, mesmo nestes dias de jogo, trabalhadores estejam em luta na busca de seus direitos e reivindicações. Neste momento, o nordeste vive greves importantes de trabalhadores. Em Natal, segue uma forte greve dos motoristas de ônibus que resiste a forte repressão policial e enfrenta a intransigência das empresas de ônibus.
 
No Ceará, vivemos uma forte greve dos operários da Construção Civil de Fortaleza, iniciada no dia 23 de junho. A greve tem ampla participação dos trabalhadores e enfrenta a intransigência e insensibilidade das empresas dos setor e do sindicato patronal que, a despeito de lucrarem bilhões com o trabalho destes operários, se negam a atender suas reivindicações. Enfrentam também uma brutal repressão policial. Trabalhadores chegaram a ser detidos e feridos no quarto dia de greve. Mas os operários resistem. Também no Ceará, está em curso uma forte greve dos operários da companhia Siderúrgica do Pecem. A greve já dura mais de 20 dias e teve também um forte enfrentamento com a policia militar do estado. Há mais de sessenta trabalhadores detidos nesta quinta-feira, 26 de junho.
 
Em São Paulo, segue forte a greve dos servidores das universidades paulistas. Nesta quinta (26), houve manifestação importante dos trabalhadores da USP, exigindo do governo do estado que negocie com os grevistas e atenda às suas reivindicações. A manifestação exigiu também a libertação do servidor da USP, Fabio Hideki Harano, preso injustamente pela PM na última manifestação que houve na cidade.
 
Servidores federais seguem em greve em vários setores do serviço público, cobrando do governo da presidenta Dilma que atenda suas reivindicações e valorize o serviço público. Os movimentos populares seguem mobilizados, cobrando moradia digna e respeito ao povo pobre da periferia.
 
Para a propaganda oficial essa é a “Copa das Copas”. Para o povo brasileiro é a Copa das lutas!
 
Todo apoio às greves e manifestações dos trabalhadores e da juventude!
 
 

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