Há uma onda de greves no país. Os policiais federais, os técnicos da Receita, os fiscais agropecuários e os advogados da União estão de braços cruzados. E, no dia 16 de março, a plenária dos servidores públicos votou um indicativo de greve para abril. A Polícia Federal, em greve há oito dias, tem causado impacto nos aeroportos e investigações importantes, como a do caso Waldomiro Diniz.

Na quarta-feira passada, dia 10 de março, 6,5 mil técnicos da Receita Federal paralisaram as atividades por 24 horas e pretendem fazer uma greve geral por tempo indeterminado. A paralisação da Receita poderá atingir os auditores do órgão, que também votaram um indicativo de greve.

Os fiscais agropecuários não atenderam ao apelo do governo federal e decidiram manter a greve, o que afeta as atividades de importação e exportação de produtos agrícolas.

Os fiscais calculam que 90% dos 2,6 mil servidores estão paralisados. “Houve uma proposta para suspendermos o movimento até o fim do mês para negociar, mas as assembléias nos estados resolveram manter a greve“, explica o secretário-executivo da Associação Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários, Marcos Lessa.

Os fiscais querem equiparação salarial com os auditores da Receita Federal, o que
exigiria reajuste de 30%, além de concurso para 1,8 mil servidores. O governo ofereceu aumento de 4%. Os fiscais da Receita também estão se mobilizando. Os sindicatos ligados à Saúde e Previdência Social também ameaçam iniciar a greve em abril.

Existe a perspectiva concreta de que todos os servidores públicos federais cruzem os braços a partir de abril. A plenária realizada no dia 16 reuniu 315 servidores e reafirmou a intenção de unificar a luta contra a política econômica do governo Lula e pelo reajuste salarial. No dia 18 de abril, será realizada nova plenária para discutir a data para o início da greve unificada. Estão previstas atividades em todos os estados, com atos e paralisações, nos próximos dois meses.

Os servidores afirmam que “a política orçamentária do governo, que privilegia o
mercado financeiro e compromete a produção nacional com o pagamento das dívidas
interna e externa, tem levado ao desmonte dos serviços públicos, notadamente nas áreas da educação e da saúde“
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