Mais de 15 mil operários estão em greve em Cubatão (SP). São trabalhadores da construção civil e das empresas terceirizadas do pólo industrial. Somente na refinaria da Petrobras (RPBC) são cerca de 7 mil operários de braços cruzados. Além das terceirizadas da refinaria, a greve atinge também a fábrica de fertilizantes da Vale e inúmeras outras empresas petroquímicas da região. Ao todo são 25 indústrias paradas.

A greve geral dos operários terceirizados de Cubatão é tão forte que praticamente não há fura-greves a serem contidos: a adesão é massiva e espontânea. A radicalidade do movimento se manifestou também na assembléia que deflagou a paralisação nesta segunda-feira, 5 de maio. O sindicato da categoria (Sintracomos) propôs que a paralisação tivesse inicio após 72 horas, para o cumprimento legal do aviso de greve. A massa operária não deu bola para a recomendação jurídica. A greve geral começou na mesma hora.

Os trabalhadores em luta exigem 16% de aumento salarial, vale alimentação de R$ 800,00 reais mensais, Participação nos Lucros (PL) de R$ 5 mil reais, além de melhores condições de trabalhado e avanço nas cláusulas sociais.

O levante dos operários precarizados
Não completou ainda um mês da última greve dos terceirizados da refinaria de Cubatão. Foram 11 dias de braços cruzados em abril. Na verdade, tinha sido só o aquecimento para a paralisação geral de maio.

Em todo país, há uma revolta crescente dos operários precarizados das grandes obras e fábricas. Em março, cerca de 30 mil operários da obra do Comperj, em Itaboraí (RJ), cruzaram os braços em defesa de condições dignas de salário e de trabalho. Também estão parados os trabalhadores da Imbel, fábrica estatal de armamentos. A heróica greve dos garis do Rio, em pleno carnaval, comoveu o país e encorajou as lutas de todos explorados e oprimidos.

Os homens e mulheres que produzem toda a riqueza do país querem o direito a uma vida digna. A greve é a sua ferramenta.

Unificar as lutas e conquistar vitórias!
A realidade é dura. Os salários não chegam ao final do mês. A inflação galopante corrói o pouco dinheiro que sobra no bolso. Enquanto o patrão engorda os lucros, o trabalhador tá enforcado em dívidas com os bancos.

Não dá mais. Merecemos um salário decente! Por isso, devemos exigir dos governos e das empresas aumento geral dos salários. Nesse sentido, é fundamental unificar as greves e as mobilizações em curso. Unidos somos mais fortes!

Queremos também uma vida mais digna. A saúde e educação estão abandonadas. Mas sobra dinheiro para os estádios da Copa, onde só ricos entrarão. O governo Dilma gasta mais de metade do orçamento do país para pagar os juros da divida aos bancos, que estão cada vez mais ricos. Com esse dinheiro seria possível garantir moradia digna para todos os brasileiros. Dilma, chega de dinheiro pra banqueiro e empresário, queremos mais salário, saúde e educação!

É preciso unificar a luta do trabalhador e da juventude. Na Copa, vai ter luta em defesa de nossos direitos! A central sindical CSP-Conlutas junto com centenas de outras entidades Brasil afora estão preparando grandes manifestações. No dia 12 de junho, dia de abertura da Copa, protestos estão sendo preparados em todo país. Vamos às ruas em defesa de um Brasil mais justo, igualitário e soberano!

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