Assembleia debase em Aracaju
Roberto Aguiar

A categoria atendeu ao chamado à luta construída de forma unificada entre a Frente Nacional dos Petroleiros (FNP) e a Frente Única dos Petroleiros (FUP). A greve começou forte em várias unidades do país. A categoria não vai pagar pela crise econômica. “Não vamos permitir a retirada dos nossos direitos”, afirmou Toeta, diretor do Sindicato dos Petroleiros de Sergipe e Alagoas.

A greve unificou todos os 17 sindicatos dos petroleiros do país. A unidade nesse momento é fundamental para garantir a vitória da categoria. A FNP cumpriu um papel importante na garantia da unidade. A principal reivindicação que unificou a luta dos petroleiros foi a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) máxima, igual para todos e sem acordos de metas.

No entanto, diversos outros pontos estão em pauta. Os petroleiros defendem que a Petrobras seja totalmente estatal. Eles pedem, também, o pagamento do extraturno (dobradinha) para todos os trabalhadores e do dia do desembarque para todos.

A crise econômica mundial é outra preocupação que tem grande importância. Na pauta, a FNP defende que não haja nenhuma redução de direitos, a defesa de todos os trabalhadores terceirizados, licença-maternidade de 180 dias, cancelamento das demissões dos trabalhadores da Embraer e reestatização da Embraer e da Vale.

Em Guarulhos (SP), cerca de trinta operadores em greve ocuparam a sala de controles do Terminal de Guarulhos e cortaram o bombeio de querosene de aviação. Desde as 8h desta segunda, o terminal não está mais abastecendo o maior aeroporto do país, o Aeroporto Internacional de Guarulhos.

No Litoral paulista, antecipando o movimento, o Sindipetro-LP iniciou no domingo, 22, às 15h, a greve nacional na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC) e terminais Alemoa e Pilões. O motivo foi a tentativa da Petrobras de desmontar um ato legítimo dos trabalhadores em defesa de seus direitos.

Pela manhã, o Sindipetro-LP estave na RPBC informando a categoria sobre a greve quando chegou a notícia, pelo Grupo 3, de que a empresa estava convocando petroleiros e petroleiras para os grupos de contingência. Sabendo disso, o sindicato decidiu parar o Grupo 1 a partir 15h.

A greve unificada da categoria seguiu firme durante o fim da noite, quando o último turno da RPBC, das 23h, aderiu ao movimento integralmente. Em São Sebastião, a greve também começou no Terminal Almirante Barroso (TEBAR) com a adesão de 100% do turno da zero hora.

No Norte Fluminense, a Petrobras descumpriu todas as exigências da lei de greve, desrespeitando os grevistas. A empresa ameaçou e apresentou carta de demissão num momento em que o contrato de trabalho está suspenso. Os trabalhadores estavam dispostos a cumprir os indicativo e realizar a parada segura e controle da produção, diante da truculência dos gerentes e das equipes de contingência 28 plataformas entregaram o controle.

A Petrobras está programando o desembarque dos trabalhadores apoiada numa segunda liminar concedida 0h30 desta madrugada. Petroleiros em greve na plataforma PRA-1 já ocuparam, desde as 19h, a sala de controle da unidade e resistiram à tentativa da empresa de assumir o comando da unidade.

Em solidariedade, à PRA-1, os petroleiros grevistas da P-53 também já fizeram a ocupação da sala de controle da unidade. A equipe de contingência que tenta tomar o controle da produção em P-20 não tem, sequer, um operador. Nenhum integrante do grupo de fura-greve conhece a planta da unidade.

Na TABG, Rio de Janeiro, parou 40% do efetivo. No CENPS houve atraso de duas horas, e no Edifício Sede aconteceram assembleias. Todos os dias acontecerão assembleias nas bases. O sindicato aposta no crescimento da mobilização.

Em Alagoas e Sergipe, onde a categoria é representada pelo Sindipetro-AL/SE, além dessa pauta, há uma luta contra retaliações que o sindicato vem sofrendo. Até o momento, a adesão foi expressiva. Na Sede da empresa, 60% dos trabalhadores pararam a partir das 7h. Na Fafen, a greve teve a participação de 100% dos trabalhadores de turno e de 90% do administrativo. Em Carmopolis, 70% do efetivo pararam as atividades. Na TCarmo/Atalaia, foram 100% do turno e 40% do administrativo.

Os trabalhadores terceirizados também pararam na Fafen e no TCarmo/Atalaia. Os funcionários em greve estão voltando em ônibus e vans alugadas pelo Sindipetro-AL/SE. Eles realizarão uma concentração em frente à Sede da Petrobras em Aracaju. Em Alagoas, na unidade de Pilar: 60% do efetivo aderiram à greve. Na Furado, a adesão foi de 40%.

No Amazonas, a greve também iniciou ainda na noite de domingo, no Porto de Solimões e em Urucu.

Nas plataformas do Espírito Santo e da Bacia de Campos, a Petrobras bloqueou a comunicação dos trabalhadores, cortando telefones e o acesso à internet. Mesmo assim, os petroleiros da PPR-1 e da P-34, no Espírito Santo, fecharam a produção e entregaram as plataformas para as equipes de contingência da empresa, que estão tentando retomar a produção de gás na PPR-1 e de petróleo na P-34, primeira plataforma da empresa a extrair o óleo da camada de pré-sal.

Na Bahia, os trabalhadores da Refinaria Landulpho Alves cortaram a rendição às 15h30 de domingo. Os petroleiros anteciparam a greve devido ao fato de a Petrobras ter introduzido na refinaria uma equipe de gerentes e supervisores. Na Fafen (Fábrica de Fertilizantes), o turno foi cortado à meia-noite.

*Com agências e sites dos sindicatos