Desde o início da manhã de terça feira, dia 15 de dezembro, os professores do estado do Rio Grande do Sul – em greve, conforme aprovado em assembleia da categoria no dia 09 -, policiais civis e militares, entre outros servidores estaduais estão acampados na Praça da Matriz, em Porto Alegre, pela rejeição ou retirada dos projetos do Governo Yeda (PSDB) que atacam os direitos dos trabalhadores.

Logo após a chegada dos primeiros manifestantes, houve um princípio de tumulto porque os PMs em serviço não permitiam a montagem das barracas, alegando estarem de posse de um “interdito proibitório”. Com a chegada da direção central do CPERS Sindicato, houve uma negociação com os oficiais que logo liberaram a instalação dos toldos e barracas.

Em torno das 10 horas começou o Ato Unitário dos Servidores, com manifestação das diversas categorias em defesa das carreiras e contrárias aos projetos de lei que retiram direitos e congelam salários de profissionais que já estão sem reajuste há três anos. Ao mesmo tempo, grupos de servidores organizados percorriam os gabinetes dos deputados, na Assembleia Legislativa, explicando-lhes que não aceitam acordo sobre os projetos e que a única solução é a retirada dos mesmos.

Durante a tarde, os servidores da Brigada Militar acompanharam, nas galerias do Plenário do Legislativo, a votação dos projetos relacionados à sua categoria. O primeiro ponto debatido foi relacionado ao aumento do desconto previdenciário dos brigadianos, o que, para a grande maioria, representa redução nos vencimentos. Ao perceber que perderiam a votação, a bancada governista retirou-se da sessão, impedindo a sua continuidade e transferindo a discussão para a tarde de quarta feira.

Através da imprensa, houve rumores de que o governo poderá retirar o regime de urgência dos projetos, uma vez que a AL entra em recesso na próxima semana, além da forte pressão exercida pelos servidores públicos, nas mais diversas regiões do estado, onde buscaram apoio também das Câmaras de Vereadores. No entanto, boatos não serão suficientes para diminuir a mobilização e os educadores permanecerão acampados na praça e se farão presentes nas galerias do Legislativo até o final da semana.
Sem maioria para votar, a bancada governista não compareceu ao plenário da Assembleia Legislativa na tarde do dia 16.