Quando escrevíamos esta matéria, completavam-se 21 dias de greve dos trabalhadores da Construção Civil de Fortaleza. Uma queda de braço duríssima com a patronal, que quer quebrar a resistência e a moral dos operários, e por outro lado uma inigualável disposição de luta da “peãozada”. Uma greve surpreendente que entra nos seus momentos decisivos, e ainda tem fôlego para criar cenas empolgantes, mesmo quando muitos apostavam no seu desgaste natural.

Em um importante canteiro de obras da cidade, os trabalhadores prota-gonizaram uma imensa prova de força e coragem. A polícia que havia cercado a obra para impedir a entrada dos sindicalistas, deparou-se com a seguinte cena: um a um, os trabalhadores passaram pela barreira e uniram-se ao piquete. Em outro canto da cidade, policiais tiveram que se afastar para não serem atingidos pelas pedras que os operários jogavam de cima da construção. O mais interessante é que as cenas aconteceram em obras que ainda não haviam se incorporado às ações da greve.
Mas a intransigência da patronal não tem limites. Só aceita um acordo que reponha a inflação se a categoria adotar o banco de horas. E utiliza a imprensa local para atacar o sindicato e seus dirigentes. Na verdade, os que os empresários mais querem é igualar a situação dos trabalhadores da construção civil a das demais categorias operárias da cidade. Ao longo dos últimos 15 anos, os operários da construção civil forjaram um sindicato democrático e combativo, que hoje é o mais importante sindicato operário do Estado. Ano após ano, operários e patrões da Construção Civil vem se enfrentando, e a categoria conseguiu importantes conquistas através da luta direta, da ação nas ruas, e de muitas greves.

O PSTU, que participa ativamente da greve, faz um chamado para que os sindicatos, partidos e entidades do movimento popular apóiem a greve heróica desses trabalhadores. (Giam)

Post author Giam Batista,
de Fortaleza (CE)
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