Na terça-feira, 13 de maio, mais de um milhão de trabalhadores foram às ruas em mais de 117 cidades da França, em um dia de greve geral contra a reforma da Previdência apresentada pelo governo direitista de Pierre Zaffarin.

A reforma pretende elevar o tempo de contribuição necessário para que funcionários públicos possam se aposentar com o mesmo salário da ativa dos atuais 37,5 para 40 anos. Também a idade mínima exigida pela lei para aposentadoria é de 60 anos.

Um presente aos fundos de pensão

Na verdade, o grande objetivo da reforma é substituir um sistema baseado na solidariedade operária entre gerações, uma conquista das lutas do movimento dos trabalhadores franceses, por um sistema de “capitalização” baseado na poupança individual controlada pelos sistemas de seguros e fundos de pensão.

Unidade dos trabalhadores públicos e privados

A greve convocada pelos sindicatos foi respondida de forma massiva pelos trabalhadores do setor público e privado. Juntos, pararam e foram às ruas os operários das empresas automobilísticas, bancários, trabalhadores da construção e químicos, além de funcionários públicos dos Correios, hospitais e trabalhadores das estatais.

Em Paris todo o transporte público ficou paralisado e mesmo assim a passeata contou com 250 mil trabalhadores, que gritavam: “Capitalização não, repartição sim!”. Aos trabalhadores se juntaram aposentados e jovens, com a mesma palavra-de-ordem de 1995: “Todos juntos”.

Esta foi a maior mobilização realizada desde a greve geral de 1995, o que levou o primeiro-ministro Zaffarin a dizer que “não são as ruas que governam”. Mas é preciso lembrar que, em 1995, a greve geral derrotou os planos do governo.

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