A crise econômica chegou forte no setor têxtil em Sergipe. Das 20 fábricas têxteis e confecções existentes no estado, 17 estão em férias coletivas. O motivo alegado: instabilidade financeira.

O setor têxtil já foi o mais importante setor econômico do estado, hoje superado pelo setor de extração mineral, em especial pelo petróleo que, sozinho, é responsável por mais de 70% do PIB estadual.

A crise do setor têxtil vem aumentando a cada ano. No final do ano passado, a Santista Têxtil fechou uma de suas fábricas, demitindo centenas de pais de famílias. Hoje, essa situação de incerteza quanto à instabilidade no emprego ronda os mais de 5 mil operários e operárias em férias coletivas em todo o estado.

Operários da Fábrica Confiança estão em greve
Na fábrica Ribeiro Chaves, conhecida como Fábrica Confiança, desde quarta-feira, 10 de dezembro, os operários cruzaram os braços. Deflagraram greve por tempo indeterminado, pois grande parte dos operários ainda não recebeu o salário do mês de novembro e nem a parcela do 13º.

O patrão informou que não tem perspectiva de pagamento e que a fábrica possui uma dívida de R$ 33 milhões, sendo que todos os bens estão alienados, o maquinário e o prédio penhorados. Há um clima de fechamento da fábrica.

É lamentável a política adotada pelo sindicato da categoria, filiado à CUT. Em entrevista concedida a um portal de notícias local, o presidente do sindicato disse que a política do sindicato é entrar na Justiça para garantir os direitos dos trabalhadores se por ventura a fábrica decretar falência. O sindicato deveria estar preocupado em garantir a estabilidade do emprego para os trabalhadores da Confiança e para os mais de 5 mil operários que encontram-se em férias coletivas. O sindicato deve exigir do governador Marcelo Déda (PT) a estatização da fábrica e a garantia do emprego aos trabalhadores.

Conlutas leva solidariedade aos trabalhadores
A Conlutas-SE, além de levar seu boletim estadual, também distribuiu aos trabalhadores uma nota de solidariedade e apoio à greve. A nota exige uma luta unificada pela estabilidade no emprego para todos os trabalhadores do ramo têxtil.

O texto também faz uma exigência ao prefeito de Aracaju, Edivaldo Nogueira (PCdoB), e ao governador Marcelo Déda (PT) para que estatizem a fábrica sem indenização e a ponham sob controle dos trabalhadores.