Funcionários do Hospital Servidores do Estado (HSE) protestam na rua

Em greve por tempo indeterminado desde segunda-feira (3/02), os servidores da saúde federal do Rio, lotados em hospitais e institutos federais, buscam impedir a implementação do ponto eletrônico e garantir a carga horária de 30 horas semanais. A categoria decidiu pela greve porque o Ministério da Saúde se recusou a suspender o início da implantação do ponto eletrônico que já está em fase de testes.As assembleias locais realizadas nos oito hospitais federais ratificaram a decisão da assembleia geral de apontar o início da paralisação e os trabalhadores decidiram boicotar o ponto eletrônico, não registrando sua presença nele.
 
Estas medidas nada mais são que medidas do governo Dilma para acelerar o processo de privatização dos hospitais federais. O governo planeja transferir o controle destas unidades para a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), criada para terceirizar a administração destes hospitais.
 
Ao invés de romper com a cartilha neoliberal e privatista de FHC e do FMI desde 2003, os governos do PT e seus aliados a seguem, sucateando os serviços públicos, desviando verbas públicas, deixando os servidores sem condições de trabalho e impedindo o atendimento digno à população.
 
Com ponto eletrônico e EBSERH governo Dilma ataca conquistas
Programado para começar a funcionar no próprio dia 3/02, o ponto eletrônico, chamado também de controle biométrico, na prática desrespeita a garantia da carga horária de 30 horas semanais e o direito de duplo-vínculo. De acordo com a categoria, o ponto está programado para cobrar uma jornada de 40 horas semanais, sendo que os hospitais funcionam sob a jornada de 30 horas há cerca de 30 anos.
 
Os trabalhadores também afirmam que a transferência do controle das unidades federais de saúde para a eventual entrada da EBSERH ou de empresas similares nos hospitais significará o fim definitivo da carreira da seguridade social.
 
Greve começa forte e radicalizada
Já no primeiro dia de greve foram realizados atos públicos pela manhã e  tarde. Ocorreram manifestações no Hospital Cardoso Fontes (em Jacarepaguá), no Hospital da Lagoa (Zona Sul) e no Hospital dos Servidores (Centro).
 
Também se encontram entre as principais reivindicações da greve da categoria a campanha em defesa do serviço público de qualidade; a participação na marcha nacional do funcionalismo público em Brasília, no dia 05 de fevereiro, e a inclusão da tabela salarial do Seguro Social.
 
É preciso unificar as lutas
Realmente o ano de 2014 começou com ares de 2013. Desde o final do ano passado, apesar do intenso calor, protestos contra falta de água e luz, contra as remoções provocadas pela Copa, manifestações contra os aumentos de passagens, os rolezinhos nos shoppings e diversas outras mobilizações têm sacudido o país.
 
Por tudo isso, nós do PSTU consideramos necessário cercar com toda a solidariedade a greve dos servidores federais, assim como a dos rodoviários em várias cidades (a exemplo de Porto Alegre) e fazemos um chamado pela construção de um calendário unificado de lutas e mobilizações que reúna as greves, as lutas contra os aumentos das passagens, as mobilizações por moradia, contra os gastos da Copa e os rolezinhos.