Assembléia de São Paulo votou contra-proposta

Na assembléia de ontem (dia 30/9), os bancários de São Paulo, por mais de 90%, votaram uma contra-proposta aos banqueiros, exigindo a abertura de negociação. Tal proposta, apresentada pela Oposição Bancária e por quase todos piqueteiros da greve, se confrontou com a direção do Sindicato e seu presidente, que depois de ter costurado com os banqueiros a proposta rebaixada de 8,5% sem dar o menor ouvido aos bancários, agora estava ‘por 25% ou nada’.

Ou seja, mais uma vez a direção do Sindicato estava com banqueiros e governo contra os bancários. Antes costurou uma proposta rebaixada contra vontade da base e foi contra a greve. Agora, quando banqueiros e governo endureceram e não querem negociação.

A direção do Sindicato, não quer apresentar contra-proposta, porque quer que a greve entre num beco sem saída. A direção quer punir os bancários, depois que a base não aceitou a proposta rebaixada, costurada entre eles, banqueiros e governo. Mas os bancários não são bobos, por isso, sinalizaram que querem negociação e votaram uma contra-proposta, jogando no colo do governo e Fenaban (Federação dos Banqueiros) a intransigência.

A greve nacional continua forte, ampliando as contradições e crises dentro do governo. A negociação marcada para segunda-feira no Tribunal Superior do Trabalho (TST) e a vitória no Tribunal Regional do Rio de Janeiro, indicam isso.

Justiça chama negociação para segunda-feira

É um fato novo, e também uma vitória do movimento, que o TST tenha decidido convocar uma negociação entre bancários e banqueiros para a próxima segunda-feira, e intermediá-la.

A vontade de governo e banqueiros era que a Justiça Trabalhista Federal fizesse como o TRT-SP que não se propôs a intermediar negociação alguma e apenas somou-se à ofensiva de governo e banqueiros contra os bancários, legitimando a repressão, o assédio moral e pressão dos dirigentes.

Na segunda-feira tem negociação intermediada pelo TST. E os banqueiros têm de dizer o que têm a oferecer ou se vão manter a sua total intransigência. Afinal, o Magnus Apostólico, negociador da Fenaban, disse que “cabia aos bancários apresentar contra-proposta”. Pois bem, agora a Fenaban, e também Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal (CEF) -ou seja, o governo Lula-, vão ter de negociar.

Veja aqui a contra-proposta aprovada na assembléia bancária de São Paulo

– Índice: 19%
– Abono: R$ 1.500,00 (além da PLR)
– Nenhuma punição e não desconto dos dias parados
– Abertura de negociação da pauta especifica do BB e da CEF
– Nova negociação em março sobre plano de reposição das perdas não repostas dos Bancos Federais.