Nesta terça-feira, 28 de setembro, o governo Lula declarou na mídia que havia decidido cortar o ponto dos bancários em greve do Banco do Brasil (BB) e da Caixa Econômica Federal (CEF), aumentando ainda mais a repressão com o objetivo de forçar o fim do movimento grevista.

O governo avalia que precisa acabar com a greve antes das eleições, por isso anteontem, o governo deu carta branca para os Bancos Federais apelarem para a repressão, apostando no recua da categoria bancaria. Mas o tiro saiu pela culatra. A greve continua forte nacionalmente, desgastando o governo. Por isso Lula teve de ensaiar um certo recuo.

Ontem à noite o porta voz do governo declarou que ‘não cabe ao presidente decidir sobre o corte de ponto dos bancários em greve’. Um recuo muito tímido, de quem sentiu o tranco da força do movimento grevista, mas que ainda faz de conta que não tem nada a ver com isso.

O governo Lula manda nos bancos Federais. Ele e seu subordinado Palocci (pau mandado do FMI), junto com Casseb e Matoso – dois neoliberais de carteirinha – quiseram derrotar a greve na base do porrete. E agora tentam negar o que disseram.

Ontem, a assembléia dos bancários do Rio de Janeiro votou uma moção de repúdio ao governo Lula diante da ameaça deste de cortar o ponto dos grevistas do BB e CEF.

O governo não pode conviver muito tempo mais com a greve, por razões políticas e econômicas. Eles não podem ter uma greve que coloque na ordem do dia questões como o pagamento dos aposentados, cuja responsabilidade é antes de tudo do governo.

Como ficam os candidatos do governo e dos banqueiros, com a continuidade da greve? Há também razões econômicas para que eles não possam suportar por muito mais tempo nossa greve.

Por tudo isso, a chave da vitória é a continuidade da greve e a denúncia e protesto contra o governo e não apenas contra os banqueiros.