Greve já dura quase três mesesNesta quinta, 25, os educadores de Minas Gerais deram uma lição de que a organização e a luta dos trabalhadores é o único caminho capaz de fazer, mudar e transformar as suas vidas. Eles tomaram as ruas de Belo Horizonte, em um gigantesco movimento, apoiados por vários segmentos, como CUT, CTB, CSP-Conlutas, MST, MAB, Brigadas Populares, parlamentares, professores da FAE-UFMG, Miguel Arroyo, sindicatos de diversas categorias e o movimento estudantil.

O protesto chamou a atenção da sociedade para a irresponsabilidade e a intransigência do governador Antônio Anastasia com a educação de Minas Gerais. Tanto no que se refere à qualidade da educação oferecida aos filhos dos trabalhadores, como ao miserável salário pago aos profissionais da educação.

A greve, que já dura quase três meses, reivindica a imediata implementação do Piso Salarial Nacional, instituído desde 2008, e exige um plano educacional de qualidade. A palavra de ordem agitada nas ruas era: “é greve, é greve. Anastasia pague o piso que nos deve”. A próxima assembléia ocorrerá no dia 31 de agosto, as 14h, no pátio da Assembléia Legislativa.

No ato, o PSTU disse que a greve em Minas Gerais se insere no marco das lutas que sacodem o mundo. É uma luta não só em defesa da justa reivindicação do piso salarial, mas em defesa da educação pública e em defesa dos direitos da classe trabalhadora.

Assembleia de educadores

Dilma, faça a lei ser cumprida
Outra intransigência que vale ser denunciada é a do governo federal, o governo petista de Dilma Rousseff, que nos deixou à nossa própria sorte no embate com os governos estaduais. Ou seja, implementou a Lei, mas não exigiu dos governos a sua imediata implementação. Ao que tudo indica, a estratégia do governo de Dilma era ficar bem com os educadores em todo Brasil, mas ao mesmo tempo ser conivente com os governos estaduais, que não aplicam o piso ou que o tentam burlar a Lei, usando as gratificações já dadas.

Sabemos que a Lei do Piso determina valores bem rebaixados e relativos a uma jornada de 40 horas semanais, mesmo assim significaria um aumento salarial para os trabalhadores em várias regiões do país. Ainda temos que lutar pelo piso do DIEESE para 20 horas de trabalho, sendo 50% de hora atividade.

Os levantes dos profissionais da educação desmascararam tanto os governos estaduais, como o governo federal na sua falta de compromisso com educação dos filhos dos trabalhadores, que são, em última instância, os que de fato dependem da educação pública e de qualidade. Os movimentos tomaram as ruas e deram uma lição do que são capazes de fazer para que a lei seja cumprida. Podemos considerar então que 2011 ficará marcado como o ano em que educadores de todo Brasil tomaram as ruas.

E o ano em que vamos denunciar a tática dos governos de jogar em cima dos trabalhadores a crise do capital. Eles produzem suas crises e querem nos fazer pagar por ela.

EM BH E BRASILIA, A LUTA CONTINUA
Mas o cenário da luta de classe que eclodiu nestes últimos anos, no caso da educação, vem fazendo também os trabalhadores perceberem que o PT e suas centrais “chapa-branca”, como a CNTE e a CUT, não estão do lado das lutas e de sua unificação. Temos que seguir construindo alternativas independentes e classistas para a libertação da classe trabalhadora.

O ato neste dia 24 sacudiu Brasília com cerca de 20 mil trabalhadores e estudantes e fez ecoar nos quatro cantos a crise do capital que a burguesia produziu e quer, a qualquer custo, jogar em nossas costas.

A política de baixos salários, congelamento dos salários dos aposentados, a não implementação do PISO SALARIAL NACIONAL e aplicação dos 10% do PIB já para educação pública, fazem parte destes cenário caótico contra os trabalhadores do Brasil e do mundo. Chilenos, ingleses, brasileiros têm nos mostrado que não nos resta outras alternativa que protagonizarmos nossos levantes. A libertação da classe trabalhadora contra a exploração e opressão será frutos dos nossos próprios levantes. Portanto, trabalhadores do mundo todo uni-vos, pois só a luta muda a vida.

Blog da professora Amanda Gurgel