Assembleia em Cubatão

A greve da construção civil de Cubatão insere-se num contexto de grandes lutas na construção civil em todo país

 

Após 14 dias de paralisação, terminou nessa segunda-feira, 20 de maio, a greve dos 10 mil operários da construção civil de Cubatão (SP). Os trabalhadores conquistaram 10% de aumento salarial, R$ 17 de ticket alimentação e PLR de 1,3 salários.
 
A força da greve foi tão grande que o acordo incluiu o não desconto dos dias parados e tampouco haverá reposição desses dias. Em resumo, uma enorme vitória dos operários, que serve de exemplo aos trabalhadores de todo país!
 
Nesta assembleia de segunda-feira, mesmo com a aprovação da proposta, praticamente a metade dos trabalhadores queria a manutenção da greve. Esse fato demonstra o tamanho da disposição e da confiança dos trabalhadores em luta. Por duas semanas, os operários pararam todas as obras da refinaria da Petrobras e da fábrica de fertilizantes da Vale, além de muitas outras empresas petroquímicas da região.
 
A força dos operários também se manifestou na recusa, em várias assembleias, de propostas rebaixadas apresentadas pelo sindicato da categoria, o Sintracomos, ligado à Força Sindical.  A garra e a união da peãozada, por fim, quebraram a resistência da patronal, que foi obrigada a avançar nas negociações.
 
Lutas em todo país e o governo Dilma do lado dos patrões
A greve da construção civil de Cubatão insere-se num contexto de grandes lutas na construção civil em todo país. A realidade de norte a sul é a mesma: baixos salários, muitos acidentes, grandes obras e um regime de trabalho na base do “chicote”. Por isso, os operários se levantam em Belo Monte, Comperj, Jirau, Fortaleza, Belém do Pará, Aracajú e em muitas cidades e obras.
 
Essa onda de greves esclarece também de qual lado está o governo Dilma. Para os empresários e as empreiteiras, um rio de dinheiro do governo federal e todas as “bondades” possíveis, como isenção fiscal e crédito barato.  Aos trabalhadores em luta por salários dignos e condições de trabalhos decentes, a política do “cassetete” e o apoio aos patrões na repressão às greves.
 
Para enfrentar a ganância dos patrões, a truculência do governo e, muitas vezes, as direções sindicais pelegas, os trabalhadores podem contar com um importante ponto de apoio às suas lutas: a Central Sindical e Popular – CSP-Conlutas e, no terreno partidário, a militância do PSTU.
 
Parabéns aos operários de Cubatão pela grande greve e pelas conquistas obtidas!