Ao demonstrar a falência da CUT, greve dos bancários traz novamente à tona a questão da necessidade de uma nova direção para as lutas dos trabalhadoresA greve do funcionalismo federal contra a reforma da Previdência, em 2003, já havia antecipado o problema das direções sindicais governistas. A luta heróica dos servidores do Judiciário paulista e a atual greve dos bancários trazem à luz, novamente, de forma dramática, a necessidade de organizar novas direções para as lutas dos trabalhadores.

As lutas das categorias, que buscam aumento de salários, manutenção ou ampliação de direitos e empregos, acabam inevitavelmente chocando-se com as políticas econômicas do governo. Lula alia-se aos empresários (quando não é o próprio governo o patrão, como é o caso do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e da Petrobras), para derrotar os trabalhadores em greve.

Isso leva inevitavelmente a CUT a colocar-se contra a greve e na defesa do governo Lula e da sua política econômica de arrocho e de desemprego.

A greve dos bancários explicita esse fenômeno ao mostrar a atuação da direção da Confederação Nacional dos Bancários (CNB-CUT), em acordo com os banqueiros e o governo.

Serve também para demonstrar por que o governo quer aplicar a reforma Sindical. Se essa reforma já estivesse em vigor, a direção da CNB-CUT teria simplesmente assinado o acordo que ela fez com os banqueiros, e ponto final.

A rebelião dos bancários, na verdade, é apenas a ponta de um iceberg, expressão de um descontentamento cada vez maior que reina entre os trabalhadores com a situação em que vivem e diante da traição de Lula.

Descontentamento que, na grande maioria dos casos, ainda não se traduz em grandes lutas e mobilizações. Mas tende a expressar-se em processos de luta cada vez mais radicalizados, como é a atual greve bancária.

Esse mesmo descontentamento se transfere para as direções sindicais governistas que optaram por ficar contra os trabalhadores ao lado dos patrões.
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