Enquanto não houver negociação justa a greve dos bancários vai continuarOs bancários estão em greve por todo o país e continuam firme na exigência por negociações justas e sem manobras. Em seu 13° dia de paralisação, os bancos públicos são maioria, mas a adesão nos bancos privados está aumentando a cada dia. Confira abaixo o quadro nacional da greve nos principais estados e capitais do país.

Fonte :MNOB

Mais de 46 mil bancários param em São Paulo *
Além das agências bancárias da região central de São Paulo e da região da Avenida Paulista, mais de 46,6 mil bancários e agências foram abrangidos pela paralisação em 554 locais.

As mobilizações foram concentradas em prédios administrativos, onde trabalham os presidentes dos bancos Roberto Setubal, do Itaú Unibanco (no Centro Empresarial Itaú Conceição – Ceic); Luiz Carlos Trabuco (no Bradesco, na Cidade de Deus, em Osasco); Fábio Barbosa, do Santander (na matriz do banco Real, nas proximidades da estação Trianon, na Avenida Paulista); J. Safra (no Safra da Paulista, nas proximidades da estação de metrô Consolação).

Ficaram fechados os prédios administrativos da Nossa Caixa (Rua do Tesouro, XV de Novembro, Líbero e Álvares Penteado e Praça da República), Unibanco (Patriarca e Boa Vista) Banco do Brasil (Complexo São João, Verbo Divino, Ipiranga Compe e Gecex III) e Caixa Econômica Federal (São Joaquim, Brás, Sé e Rirop). Das 286 agências da Caixa Econômica federal, apenas 14 estão funcionando.
Nesta quarta-feira, dia 7, às 16h ocorre uma passeata pelo centro velho de São Paulo.

Os bancários da baixada santista também aumentaram a adesão à greve. Em Santos, onde a grande maioria dos bancários da região trabalha, a adesão foi de 90%. A grande maioria das unidades do Santander, Unibanco, Itaú, Real, HSBC e de outros bancos privados foram paralisadas nos centros financeiros e bairros das cidades. Nos bancos públicos a paralisação é de 90%.

A greve continua forte em Campinas e nas 19 cidades da base do sindicato da região. Neste momento, estão fechados 281 locais de trabalho; na última sexta-feira, a paralisação atingiu 279 locais.

Em Bauru (SP), o total de paralisação foi de 49 agências, entre as quais SERAG Nossa Caixa, prédio Caixa Econômica. Outras cidades do interior paulista como Santa Cruz do Rio, Avaré, Lençóis Paulista, Agudos, Fartura, Piraju, Piratininga, Cabrália Paulista, Ubirajara e Lucianópolis, registram a adesão à greve de bancos público e privados.

Greve é forte em outros estados

Os bancários do Amazonas têm muito a comemorar. A Justiça do Trabalho do Estado negou liminar de interdito proibitório do Banco Bradesco, e garantiu a greve em toda a região.

Na Paraíba a Justiça negou mais um interdito proibitório do Bradesco. Desta vez foi à Justiça de Sousa que garantiu o direito constitucional dos trabalhadores de reivindicar melhores condições de trabalho e salário.

No Piauí, o ânimo da categoria elevou-se por ter feito uma passeata, que contou com cerca de 70 pessoas. Sem proposta para analisar, a assembleia, realizada no último dia 6, terminou decidindo pela intensificação do piquete no Bradesco, que está recorrendo diariamente à polícia.

No Rio de Janeiro, o Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB) realizou uma atividade importante na segunda-feira, dia 5. Por volta de 25 ativistas garantiram a paralisação total do Complexo Andaraí. Ou seja, ninguém entrou no prédio, sequer o comitê de Administração. A consequência para as agências foi a paralisação do serviço terceirizado de recolhimento dos envelopes, bem como a não conclusão da compensação no horário previsto. Segundo a Super Estadual houve um prejuízo de R$ 74 milhões ao Banco do Brasil.

Também houve um ato em frente ao prédio do Bradesco Cinelândia no fim do dia, com realização de uma “plenária” no próprio local. A greve segue forte nos locais de trabalho.

No Rio Grande do Norte a paralisação dos bancários está mais forte do que nunca. Mais uma agência do Banco do Brasil foi fechada no interior. Na cidade de Currais Novos, os funcionários do Banco do Brasil também cruzaram os braços. Enquanto o governo Lula, através da direção dos bancos, ignora os trabalhadores, a greve cresce.

No Espírito Santo, estão paralisadas 159 agências. Na Grande Vitória (ES) a greve dos bancários tem adesão absoluta nas agências da Caixa Econômica Federal. A paralisação atinge todas as 29 agências existentes na região metropolitana, departamentos do banco e mais 29 unidades do interior do Estado. Além dos bancários da Caixa, estão paralisados empregados do Banestes, Banco do Brasil, Banco do Nordeste e bancos privados.

No Maranhão, a adesão é de mais de 90% nos bancos públicos e continua crescendo nos privados em todo o estado. A revolta dos bancários cresce a cada dia, pois sabem que os bancos lucram de forma exorbitante em cima do suor do bancário, e se negam a melhorar o salário da categoria. Ficaram mais fortes com fusões e incorporações, e realizam demissões, além de se negarem a fazer novas contratações, garantir a proteção ao emprego, dando fim ao assédio moral. Os bancários não aceitarão proposta que não contemple PLR maior e melhorias das condições de saúde, de segurança e de trabalho.

Segundo levantamento feito pela Federação dos Bancários Rio Grande do Sul, nesta segunda-feira, a greve atingiu 77% das unidades da Caixa no estado. Nos bancos privados a adesão também continua forte, apesar dos interditos proibitórios concedidos ao Bradesco e ao Itaú Unibanco na capital. O Sindicato de Porto Alegre derrubou a decisão judicial que beneficiava o Itaú Unibanco. Com isso, a tendência da greve é aumentar.

Informes de entidades da Bahia demonstram que, em Salvador o quadro da greve é favorável a greve. A Caixa Econômica Federal segue com 90% de adesão. No Banco do Brasil este número chega aos 95%, BNB 100% e Bancos privados registram 40% de adesão ao movimento.

Mais de 50% das agências bancárias da Grande Florianópolis (SC) estão fechadas. Na Caixa Econômica a adesão é de 100%. No Banco o Brasil chegou a 85%. A orientação da Contraf/CUT é manter a greve forte até a Fenaban apresentar nova proposta.

Segundo o Sindicato dos bancários de Curitiba (PR), 90% dos locais de trabalho do Banco do Brasil estão fechados. A greve é forte na Caixa Econômica Federal com adesão de quase 100% e se amplia nos privados.

No Centro de Fortaleza (CE), após intensa mobilização, duas unidades do Bradesco tiveram suas atividades integralmente paralisadas. Diante da paralisação dos bancários, funcionaram apenas os caixas eletrônicos. Com isso aumentou a pressão à direção do banco por uma imediata negociação com os bancários. À noite, durante a assembleia, os bancários decidiram continuar em greve.

Segundo dados do Sindicato dos Bancários (Seeb) de Pernambuco foram paralisados, cerca de 50 agências dos bancos privados. Já nos bancos públicos, o quadro se manteve inalterado, com 160 das 170 unidades do Banco do Brasil, 79 da Caixa e todas as 25 do Banco do Nordeste.

* Crédito: Dino Santos/Seeb SP, fonte Contraf