O julgamento é uma derrota política do governo, dos banqueiros e dos sindicatos governistasNo dia 21 de outubro, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) julgou o dissídio dos bancários do Banco do Brasil (BB) e da (CEF) Caixa Econômica Federal. Após um mês de greve, a Fenaban (Federação dos Banqueiros) e o governo continuavam intransigentes em negociar, deixando aos bancários a única opção de recorrer à Justiça.

Nos dois julgamentos, o Tribunal definiu a manutenção do reajuste de 8,5% (mais R$ 30 para quem ganha até R$ 1.500), concedeu um abono de mil reais e determinou o não-desconto dos dias parados, com anistia de 50% dos dias parados, sendo a outra metade compensada sem reflexos no contrato de trabalho, ou seja, descarta qualquer punição aos grevistas. A PLR (Participação nos Lucros e Resultados) não foi julgada; o TST deixou essa definição para a mesa de negociação.

A greve foi julgada formalmente abusiva porque, no dia 14, o sindicato não informou via edital que os bancários poderiam entrar em greve. De tão comprometida com o governo, a direção da Confederação Nacional dos Bancários (CNB-CUT) e dos sindicatos não cumpriu um procedimento tão simples, que poderia inclusive garantir o abono de 100% dos dias parados.

Uma vitória política

O resultado do julgamento, apesar de inferior às reivindicações da categoria, é uma vitória fruto da força da heróica greve que, nesses 30 dias, enfrentou o governo, os banqueiros e as direções governistas nos sindicatos. é necessário manter a mobilização para exigir do BB e da CEF o cumprimento do pagamento da PLR na integralidade, e manter todas as cláusulas já negociadas.

Extensão do abono e o não-desconto para os demais bancos

A decisão da Justiça vale somente para os funcionários do Banco do Brasil e da Caixa. Isso se deve à recusa da CNB-CUT em recorrer ao TST. Preferiram passar os últimos 15 dias fazendo terrorismo contra a categoria “alertando” sobre os riscos do dissídio.

Agora, é lutar pela extensão do abono de mil reais, e o não-desconto dos dias parados para toda a categoria. É dessa forma que a unidade de todos os bancários será preservada.
Post author André Valuche, da redação
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