A Grécia foi à greve nesta quarta-feira, dia 15 de dezembro. A paralisação de 24 horas é mais um protesto conta as medidas de austeridade do governo do Partido Socialista. A mais nova medida que o governo pretende aprovar é uma reforma trabalhista que facilita as demissões. A nova e polêmica lei dá prioridade aos acordos entre empresas e funcionários frente aos convênios coletivos, e abre a possibilidade de diminuir os salários ao nível do salário mínimo, de 740 euros por mês.

Além disso, outra medida que o governo quer impor prevê um corte salarial de 10 a 25% nas empresas públicas deficitárias, nomeadamente caminhos de ferro, transportes públicos e televisão pública. Estas duas medidas foram impostas pelo FMI e pela União Europeia através do pacote de ajuda financeira.

Os principais sindicatos de trabalhadores e de funcionários de todos os setores da produção convocaram uma paralisação. Centenas de voos foram cancelados nos aeroportos, que estão fechados devido à participação. Os trens também não estão circulando e os navios também não estão viajando às várias ilhas gregas, que ficaram sem conexão ao continente. Além dos transportes públicos, a greve teve elevados níveis de adesão nas escolas, hospitais e restante sector da saúde, tribunais, bancos, correios e setor da eletricidade.

Em Atenas uma manifestação juntou milhares de pessoas. No final do protesto, junto ao parlamento grego, um grupo de manifestantes insultou, com gritos de “ladrões”, e agrediu o ex-ministro dos transportes do governo de direita e ex-comissário europeu Costis Hatzidakis, quando cruzou com ele em uma das ruas do centro de Atenas.

Além paralisçãona Grécia, ocorreram também concentrações de protesto contra as medidas de austeridade em França, Bélgica, Luxemburgo e Espanha.

Redução de salários
A Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), divulgou nesta quarta-feira dados que mostram como a crise mundial provocou uma drástica redução do crescimento dos salários.

Segundo a OIT, crise econômica e financeira global reduziu à metade o crescimento mundial de salários em 2008 e 2009. O estudo atualiza dados de 115 países e avalia a situação de aproximadamente 94% dos quase 1.400 milhões de assalariados no mundo.
Foi constatado que, a nível mundial, o crescimento médio dos salários mensais caiu de 2,8% em 2007 (antes do início da crise econômica global) a 1,5% em 2008 e 1,6% em 2009. A pesquisa também revela que 12 das economias mais industrializadas experimentaram uma redução do nível de salário real em 2008, incluindo Alemanha, Austrália, Estados Unidos, Itália, Japão, México e República da Coréia.