Delúbio e Dirceu fariam parte de um esquema de extorsão de empresas, com a participação da FirjanOs escândalos envolvendo o PT não param de surgir. O Jornal Nacional desta segunda-feira, 11 de julho, divulgou trechos de uma gravação telefônica que mostra o envolvimento do PT num esquema de pagamento de propina através do INSS. A gravação foi feita pela Polícia Federal para investigar fraudes nos repasses de empresas ao INSS.

Na gravação telefônica, a auditora fiscal do INSS Maria Auxiliadora fala com outra auditora sobre uma conversa ocorrida entre ela e o ex-ministro da Previdência Almir Lando sobre um esquema de pagamento de propinas, montado pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) para que empresas não fossem fiscalizadas pelo INSS.

A auditora fiscal do INSS Maria Auxiliadora de Vasconcellos, presa em maio por corrupção passiva, era de um sindicato de fachada que fazia contatos com a Firjan para contatar empresas dispostas a pagar propinas a auditores fiscais para não serem fiscalizadas. A quadrilha apresentava cobranças de dívidas maiores do que as existentes e, com isso, os auditores negociavam com empresários a suspensão desses débitos em troca de dinheiro.

Na conversa divulgada na tv, a auditora diz, sem mencionar os valores, que a federação pagava uma mensalidade ao PT. O ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares são citados na conversa como operadores do esquema. Maria Auxiliadora diz que essas operações tiveram início no governo FHC e que teriam sido mantidas pelo governo petista. Em um trecho, a auditora que conversa com ela solta uma pérola que reflete bem o momento que vivemos. Ela diz que, com a conversa, passou a entender porque o grupo de funcionários corruptos foi mantido, mesmo em sucessivos direções do INSS: “Agora entendo. Entra PFL, PSDB, PT e continua tudo a mesma coisa”.

Mais uma vez, José Dirceu divulgou nota afirmando que as acusações são infundadas e que nunca ouviu sobre falar sobre o esquema de propinas. A direção da Firjan também negou. As máscaras não param de cair. A Firjan, enquanto gastava milhares com uma intensa e campanha de mídia contra a violência, com o slogan Basta!, subornava fiscais para impedir os trabalhadores de receberem seus direitos.
Agora somos nós que dizemos: Basta!