Usuários e metroviários são vítimas da lógica perversa e corrupta do governo do PSDB

A falha foi em trens da frota K, reformados por empresas envolvidas no esquema do famoso propinoduto

Mais uma vez, a população trabalhadora de São Paulo foi lançada ao caos do transporte público. No último dia 4, terça-feira, uma pane nas portas de uma composição do metrô da Linha 3-Vermelha (Palmeiras-Barra Funda/ Corinthians-Itaquera), na estão Sé, provocou enorme transtornos e paralisou o funcionamento do sistema por pelos menos cinco horas e provocou o fechamento de 10 estações. Os trens envolvidos tiveram o ar condicinado desligado junto com o sistema elétrico. Nestes trens não há janelas, isso junto a onda de calor que atinge a capital paulista nos últimos dias, gerou uma situação insuportável para quem estava preso nos vagões. A pane levou o acionamento de botões de emergência dos trens e o desembarque de passageiros nos trilhos.
 
A fúria e a revolta tomou conta das estações.  Mas de quem é a culpa afinal? O Secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, atribuiu a confusão a “grupos organizados”, de “vândalos”. No mesmo tom, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) sugeriu que houve uma “sabotagem”.
 
Por incrível que possa parecer, a versão do governo tucano pode ter algum fundo de verdade. No entanto, o “grupo organizado” – na verdade uma “quadrilha” –  responsável pelo caos vivido no metrô de São Paulo está diretamente ligado ao PSDB e aos patrocinadores do propinoduto. 
 
O que provocou a falha no trem é o esquema do propinoduto tucano, um esquema de corrupção que fraudou licitações para aquisição e reformas de trens, construção e extensão de linhas metroferroviárias no Estado de São Paulo. O esquema envolve um cartel de empresas, entre as quais as multinacionais Alstom e Siemens, altos funcionários do governo paulista, lobistas, “consultores”. O cartel teria atuado nas administrações de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin (PSDB), portanto nos últimos 20 anos de império tucano. Pelos menos R$ 40 bilhões foram desviados pela maracutaia.
 
Mas como isso afeta os trens do metrô?
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo explica: O trem K-07, que falhou na Estação Sé, é o mesmo que descarrilhou em agosto do ano passado. A empresa privada responsável por sua manutenção e reforma, e que ganhou a concorrência na base de propina, oferece um péssimo serviço. O sindicato explica que os sete trens dessa frota somaram 696 falhas num período de 30 dias. O trem que falhou na Estação Sé apresentou 300 falhas.
 
A falha de ontem na linha três vermelha, do metrô de São Paulo, só demonstra o sufoco e o risco que a população e os trabalhadores do metrô estão submetidos todos os dias. A falha foi em trens da frota K, reformados por empresas envolvidas no esquema de cartel, o famoso propinoduto”, denuncia Altino Prazeres, presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.

Portanto, os únicos responsáveis pelo caos do metrô é o governo que tenta há anos privatizar o metrô de São Paulo e faz contratos superfaturados com empresas. Para jogar uma cortina de fumaça em toda essa situação, tenta livrar a cara culpando a população ou inventando inimigos invisíveis. 

 
“A Copa do mundo vem ai, a linha 3 é a que liga ao Itaquerão. Tem dinheiro público para Copa, mas o transporte público em São Paulo e no Brasil não são ‘padrão FIFA”, denuncia Altino. Mais do que nunca é preciso discutir qual a saída para o caos do transporte em São Paulo. É preciso parar de dar dinheiro para o cartel das empresas corruptas que se enriquecem as custas do sofrimento e da falta de segurança para população. Acabar com as privatizações e investir todo o dinheiro embolsado pela corrupção e do lucro das empresas estrangeiras para ampliar o sitema e melhorar a sitação da população usuária e da categoria metroviária. Usuários e metroviários são vítimas da lógica perversa e corrupta com que o governo do PSDB controla e explora o metrô de São Paulo.