Em Alagoas, o mês de janeiro foi marcado pelo aumento da violência policial no campo, oriunda de mandados de reintegração de posse em áreas ocupadas por famílias de trabalhadores rurais sem-terra.

Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o governo de Alagoas junto com poder judiciário desalojou 123 famílias, destruindo dezenas de moradias e hectares de alimentos plantados pelos trabalhadores sem-terra. A violência usada durante o cumprimento desses mandados tem sido assustadora. O uso do Bope contra um pequeno número de famílias virou uma constante, mostrando o caráter autoritário do governo estadual e a complacência do judiciário junto ao poder das oligarquias locais.

Uma história de violência
O Estado alagoano se formou enquanto síntese do poder oligárquico sucroalcooleiro, o que em parte substancial explica seu caráter burocrático no que se refere ao funcionamento das instituições; atrasado e dependente, quando analisamos a dinâmica de sua economia; conservador e autoritário, em sua esfera política.

A postura retrógrada dos governos brasileiros ao longo da história, comprometidos com os grandes latifundiários e com a as multinacionais, evidencia incapacidade destes governos, inclusive Dilma, de desenvolver uma política de reforma agrária e deixa clara que esta tarefa está nas mãos da classe trabalhadora.

O governo Lula, que aparentemente se colocava ao lado da reforma agrária e que numa entrevista a revista Carta Capital se comprometeu em fazer a reforma em uma canetada só, apoiou como nunca o agronegócio. Prioriza uma política agrícola de produção para a exportação, tendo como base o latifúndio, o que logicamente eleva o preço dos alimentos no mercado interno e insere o país de forma subalterna no mercado internacional, ficando a mercê das oscilações dos preços das commodities nas bolsas internacionais.

A luta pela terra tende a se agravar, tendo em vista que o Brasil se encontra na rota de investimento das grandes empresas transnacionais. Estima-se que 4,3 milhões de hectares em todo país esteja na mão de estrangeiros. Segundo o Agrônomo e Cientista Social Horacio Martins de Carvalho, “o Brasil é o país que possui o maior estoque de terras agricultáveis, um clima favorável à produção agrícola e governos entreguistas. Essa conjugação de fatores tem facilitado a aquisição de terras por estrangeiros e contribuído decisivamente para a negação da soberania alimentar e a nacional, submetendo os destinos do país às estratégias de negócios das grandes empresas nacionais e transnacionais”.

Nós do PSTU reafirmamos o nosso apoio e nossa solidariedade a todos os trabalhadores rurais sem-terra do estado de Alagoas e nos colocamos a disposição da luta pela reforma agrária, contra o latifúndio e seus aliados, Téo Vilela e Dilma Russeff. Acreditamos que o êxito dessas lutas depende principalmente da unidade da classe trabalhadora em torno de um programa político revolucionário e socialista.

Mobilização
No próximo dia 10 de fevereiro, ocorre um ato contra os ataques do governo Téo, às 14h, na praça da faculdade.