Temer toma posse como presidente interino
Agência Brasil
Redação

É urgente uma greve geral para colocar todos eles para fora

Em menos de 24 horas o governo Temer já mostra a que veio. Privatização, arrocho fiscal, desmantelamento do Estado e dos serviços públicos, além de criminalização dos movimentos sociais fazem parte do programa que já vinha sendo implementado pelo governo do PT e que toma agora continuidade sob a batuta de Temer e um espectro de ministros vindos diretos de um filme de terror.

Temer, cuja ficha corrida não é nada curta, cercou-se de uma horda de corruptos. De seus 23 ministros, pelo menos 11 estão enrolados na Justiça, sete são citados e três investigados pela Lava Jato, incluindo o ministro do Planejamento Romero Jucá (PMDB-RR), nome forte do governo Temer.

Em seu discurso de posse, Temer já indicava suas prioridades. Nesta sexta, 13, o recém-nomeado ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o ministro sonhado por Lula para o governo Dilma, deu alguns detalhes do que o governo planeja. Entre as medidas mais gerais anunciadas está a “desindexação” a fim de estabelecer limites para o gasto público. Entenda-se por isso o fim de reposições da inflação a auxílios como Bolsa Família, aposentadorias, salário mínimo, salários dos servidores, etc.

Coincidência ou não, o governo Dilma enviou recentemente um Projeto de Lei ao Congresso que estabelece justamente um mecanismo de limite dos gastos públicos, inclusive com “gatilhos” que vão da revogação de reajustes ao funcionalismo à anulação do aumento do salário mínimo.

Entre as medidas de ajuste fiscal, a prioridade de Meirelles é a reforma da Previdência, com o estabelecimento da idade mínima para se aposentar. A mensagem é clara: o peso da crise será jogado nas costas dos trabalhadores, da população pobre e dos aposentados a fim de continuar pagando os juros da dívida aos banqueiros. Esse é o “sacrifício” que vem sendo falado pelo governo e grande parte da imprensa.


Meirelles, ex-banqueiro do Bank of Boston, ministro dos sonhos de Lula

Outra pauta colocada na mesa do governo Temer é a reforma trabalhista, chamada de “modernização” pelo recém-empossado ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB-RS). Hoje isso vem acontecendo via PPE (Projeto de Proteção ao Emprego), elaborado pela direção da CUT e implementado via Medida Provisória por Dilma, que reduz em até 30% o salário dos trabalhadores das empresas inscritas no programa. Além disso, o projeto de terceirização aprovado por Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deve ser retomado.

Já o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, não foi nada discreto ao anunciar as diretrizes do governo: “A ordem é privatizar ou conceder tudo o que for possível na área de infraestrutura“, declarou à imprensa. E o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, conhecido por sua ligação com a organização criminosa PCC, declarou que os movimentos sociais serão “combatidos” como crimes. Moraes foi o responsável, quando Secretário de Segurança de São Paulo, por enviar a Tropa de Choque à escola técnica ocupada por estudantes, à revelia da própria Justiça, que determinou a saída dos policiais. Para isso, a Lei Antiterrorismo enviado por Dilma e aprovada no Congresso, deve servir como uma luva.

Greve Geral para colocar todos eles para fora!
Não é à toa que pelo menos sete ministros de Temer, 1/3, tenham composto a base dos governos do PT. Tentam destravar os projetos e medidas gestados durante o governo Dilma e que hibernavam no Congresso Nacional ou no Planalto por conta da crise política.

Isso reforça a necessidade do insistente chamado realizado pela CSP-Conlutas e pelo Espaço Unidade Ação a centrais e organizações como CUT, CTB e MST, para que venha construir uma Greve Geral para parar esse país. Não uma greve para que saia Temer e volte Dilma, mas sim uma greve geral para colocar todos eles para fora e derrotar essa política econômica e ataques.

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