O governo do presidente Alan García, do Peru, iniciou uma brutal repressão à onda de greves que se alastra pelo país. As mobilizações iniciaram com uma greve de professores das escolas públicas contra a Lei da Carreira Pública Magisterial, que estabelece avaliações e demissões dos docentes. Em algumas regiões os professores estão parados desde 18 de junho.

À greve dos professores se juntou a Federação dos Trabalhadores Mineiros e Metalúrgicos, que aprovou paralisação nos dias 10 e 11 de julho. A repressão às mobilizações é brutal. Os mineiros de Casapalca foram duramente reprimidos e quatro trabalhadores foram assassinados. O dirigente mineiro Rony Cueto, da mineradora chinesa Shougang, foi arbitrariamente preso.

A Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP) anunciou uma jornada de protestos em apoio às reivindicações das categorias mobilizadas. Além dos professores, metalúrgicos e mineiros, também estão em luta trabalhadores da saúde e educação, camponeses e docentes das universidades. Os demitidos pelo governo Fujimori também lutam pela readmissão.

Como afirma nota divulgada pelo Partido Socialista dos Trabalhadores do Peru (PST), seção peruana da LIT, “estas lutas enfrentam por um lado um governo comprometido em prejudicar as necessidades mais sentidas do povo como saúde, educação e transporte, para não tocar nos interesses das transnacionais e grandes empresas, inclusive destinando vultuosas quantias ao pagamento da fraudulenta dívida externa. Por outro lado, encara uma escalada repressiva da patronal que responde às justas reivindicações dos trabalhadores com demissões arbitrárias e a criminalização das lutas”.

Militarização e repressão
No último dia 10, uma menina foi morta durante um confronto entre a polícia e professores em greve na região de Abancay. No dia seguinte, o governo mandou as tropas do exército para as ruas, a fim de reprimir os protestos.
O chefe de gabinete do governo, Jorge Del Castillo, anunciou a custódia de “setores públicos estratégicos” do país aos militares por 30 dias. O governo acusa os manifestantes de “terroristas”.

Mas isso não foi capaz de intimidar os trabalhadores. No mesmo dia em que os militares saíram às ruas, professores do Sindicato Unitário dos Trabalhadores em Educação do Peru (Sutep) ocuparam o aeroporto da província de San Román.
O PST defende a continuidade das lutas. “Da jornada de luta de 11 de julho devemos ir a uma greve nacional ou à greve geral, como ensinam os povos e sindicatos combativos que optam por esta medida para alcançar seus objetivos”, afirma a nota. O partido defende ainda a unificação das lutas e a construção de uma nova direção combativa para os trabalhadores.

Post author
Publication Date