Dia de luta em Sergipe em 5 de dezembro
Redação

É preciso não baixar a guarda e manter a mobilização rumo à Greve Geral

O governo Temer, depois de passar o último mês repetindo que votaria a reforma da Previdência ainda em 2017 na Câmara, e gastando bilhões para isso, admitiu finalmente que não vai conseguir votar este ano.

Depois de várias cabeçadas, evidenciando a crise na base do governo, nesta quinta-feira, 14, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), após um acordo com o Planalto e o Senado, marcou a votação na Câmara para o dia 19 de fevereiro, logo após a volta do Carnaval.

Na quarta-feira, logo após o PSDB ter divulgado que “fecharia questão” em torno da reforma, o líder do governo do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) veio a público dizer que a votação não seria mais em 2017 como trabalhava o governo, mas no início de 2018. Abriu-se uma crise interna no governo e o próprio Planalto desautorizou Jucá, afirmando que a data de votação só seria divulgada após reunião entre Temer e os presidentes da Câmara e do Senado. Mas um dia depois Maia admitiu que ela de fato só ocorreria em fevereiro.

O governo não conseguiu colocar em votação a reforma, apesar de toda a ofensiva realizada com o apoio do “mercado” e de praticamente toda a mídia. A fragilidade do governo e a crise em sua base mostram que é possível derrotá-lo. Ele não conseguiu, até o momento, ganhar a maioria da população, ou um setor expressivo, para a reforma. A massiva campanha de Temer que custou R$ 100 milhões, assim como a extensiva cobertura da imprensa pró-reforma, não viraram essa situação.

Isso ocorre porque toda a mobilização que realizamos no primeiro semestre, cujo ponto alto foi a Greve Geral do dia 28 de abril, consolidou na maioria da população uma visão crítica dessa reforma, que todas as mentiras propagadas pelo governo ainda não conseguiram reverter.

O governo Temer segue, contudo, querendo mostrar ao mercado que não jogou a toalha. Vai recrudescer sua campanha de mentiras e aumentar a pressão. Por isso é preciso manter a mobilização em direção a uma Greve Geral que impeça a reforma.

Se botar pra votar, o Brasil vai parar
Devemos nos manter mobilizados e montar um plano de lutas que culmine na Greve Geral e na tomada das ruas do país, capaz de impedir de vez que acabem com nossas aposentadorias.  Primeiro, é preciso retomar uma campanha política contra a destruição da Previdência pública. Todas as entidades do movimento, os sindicatos, centrais sindicais, etc., precisam responder e enfrentar essa campanha mentirosa do governo, das grandes empresas e da mídia burguesa, demonstrando à população que a reforma da Previdência ataca sim os pobres e garante os interesses daqueles que são os verdadeiros privilegiados: banqueiros, grandes empresários e essa corja de corruptos.

Logo no início do ano que vem, para que estejamos realmente preparados para ir à Greve Geral e tomar as ruas contra a reforma, devemos realizar uma série de ações. Logo na volta do recesso parlamentar precisamos pressionar deputados e senadores, realizando atos em todos os aeroportos do país e também um grande ato recepcionando-os em Brasília, avisando que, se botar a reforma para votar, o Brasil vai parar.

Mas é preciso garantir efetivamente a Greve Geral. A maioria das direções das centrais não podem vacilar, como no dia 30 de junho ou no último 5 de dezembro em que desmarcaram a Greve Geral. Nem tampouco convocar uma mobilização só para o dia da votação. Temos que voltar do ano novo já com um plano de lutas para derrotar essa reforma.

O adiamento da votação mostrou que é possível derrotar essa reforma. Vamos mostrar a eles que vai ter luta e que podemos fazer a maior Greve Geral que esse país já viu.

Se colocar para votar, o Brasil vai parar!