O Projeto de Lei do governo Lula para entregar e doar o petróleo e o gás de cozinha do Brasil às “Big Oil”, multinacionais exploradoras de petróleo, diz: “A União transfere direitos de exploração de uma quantidade fixa de barris de petróleo para a Petrobras em troca de pagamento em dinheiro ou títulos públicos”.

O conjunto das bacias sedimentares brasileiras pode ter uma reserva total de até 160 bilhões de barris de petróleo. Já achou 20 bilhões de barris e já gastou 10,7 bilhões de barris, restando ainda para extrair do achado 9,3 bilhões. O ainda para achar e extrair da reserva total de 160 bilhões de barris com a descoberta do pré-sal ultraprofundo, respectivamente, é até 140 e 149,3 bilhões de barris de óleo equivalente.

A jogada de mestre do governo Lula é o lance feito com os 9,3 bilhões de barris de óleo equivalente ainda para ser extraído do achado até agora em todas as províncias petrolíferas do Brasil, incluindo o encontrado no campo de Tupi, na bacia de Santos (SP). Dos 9,3 bilhões de barris de petróleo, o governo Lula subtrai 5 bilhões para lastrear R$ 100 bilhões com o fim de capitalizar a Petrobras.

Capitalização da Petrobras é privatização
Veja a roubada anunciada no projeto do governo Lula: “Possível aumento da participação da União no capital e no resultado da Petrobras, caso os acionistas minoritários não exerçam integralmente seus direitos de opção”.

Quem são esses acionistas minoritários? Os trabalhadores que já usaram metade do FGTS para capitalizar a Petrobras. Eles possuem apenas 2% do total das ações da Petrobras que, diluídas, representarão apenas 1,5%.

Os R$ 100 bilhões de ações lastreadas por 5 bilhões de barris de petróleo, subtraídos dos 9,3 bilhões de barris da própria Petrobras – ou seja, do povo brasileiro – é uma isca apetitosa para os megainvestidores da bolsa de valores de Nova York que já detêm 30% de mais de 60% das ações sob controle do capital privado.

Quem tem R$ 100 bilhões para comprar ações da Petrobras é a burguesia nacional e internacional. Não são os trabalhadores que têm salários extremamente arrochados. Portanto, não haverá sobra de ações da Petrobras para a União comprar.

Pelo contrário, as ações da Petrobras sob o poder da União serão diluídas: passarão de 32% para 25%. É o maior golpe de mestre que pode ser aplicado pelo governo Lula para privatizar a Petrobras e ainda fazer uso de um demagógico discurso nacionalista em defesa dos interesses do Brasil.

A Petrosal será uma atravessadora de mão-de-obra semiescrava, via Petrobras, para as “Big Oil”.