O governo do presidente Lula gastou, desde 2004, R$ 464 milhões na invasão ao Haiti. A previsão é de que, até o final de 2008, os gastos ultrapassem os R$ 500 milhões. Isso representa 60% de tudo o que o Brasil investiu em segurança pública em 2007.

Somente de janeiro a abril deste ano, a intervenção militar custou ao Brasil R$ 10,3 milhões. Para se ter uma idéia, segundo o ministério do Planejamento, em todo ano de 2007, o governo Lula gastou na área de saúde pouco mais de R$ 41 milhões.

De acordo com Antonio Donizete Ferreira, o Toninho, essa intervenção militar serve para garantir mão-de-obra barata para as maquiladoras – empresas têxteis que estão instaladas por toda a América Central – e para implementar o projeto norte-americano de produzir o etanol em parceria com o governo brasileiro no país.

Um trabalhador haitiano ganha um dólar e meio por dia numa jornada de 12 horas. “Este é o objetivo principal da Minustah, o resto é falácia usada para esconder o verdadeiro objetivo”, afirmou Toninho, que fez parte da delegação da Conlutas que visitou a ilha caribenha.

Para Toninho, o fato de o governo brasileiro ter gasto quase R$ 500 milhões na intervenção no Haiti é um absurdo. “Para satisfazer o interesse dos EUA, o Brasil gasta uma fortuna, que deveria ser aplicado no Brasil em saúde educação e moradia”, denunciou.

Ele ainda complementa: “por isso, devemos intensificar a campanha para exigir do governo Lula as retiradas das tropas de lá. Aquele povo não precisa dos coturnos da ONU, ele precisa de independência para decidir o seu destino. Aquele povo precisa e está buscando sua autodeterminação. A presença da tropa nunca foi ajuda humanitária”.