Brasília - O líder do governo na Câmara dos Deputados, Aguinaldo RIbeiro e o relator da reforma da previdência, deputado Arthur Maia, durante apresentação do novo texto da proposta (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
CSP Conlutas

Central Sindical e Popular

Nesta quarta-feira (7), o relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), apresentou o novo texto que será lido no plenário da Câmara no dia 19 de fevereiro, dando início à tramitação para votação da proposta. Embora admita que o governo não tem os votos necessários para aprovar a medida, o discurso das lideranças governistas é de que o cenário pode mudar nos próximos dias e a intenção é colocar a reforma em votação até o dia 28.

O texto mantém a essência de ataque desta reforma que, na prática, significa o fim do direito à aposentadoria para os trabalhadores brasileiros. Seguem mantidos o aumento da idade para aposentadoria (65 anos para homens e 62 anos para mulheres), o aumento do tempo de contribuição para obtenção do benefício integral para 40 anos, a redução do valor dos benefícios, entre outros.

Houve apenas pequenas alterações em relação à proposta anterior, em pontos relacionados aos trabalhadores rurais e BPC (Benefício de Prestação Continuada), que foram excluídos da reforma, e a alteração no pagamento a policiais mortos no trabalho.

Para agradar aos parlamentares que fazem parte da chamada “bancada da bala”, familiares de policiais mortos em combate terão direito a pensão integral e vitalícia. Serão beneficiados policiais federais, rodoviários federais e civis e agentes penitenciários.

Outras alterações que vinham sendo especuladas, como uma regra de transição aos servidores públicos que ingressaram antes de 2003, e o aumento do teto para recebimento de pensão e aposentadoria, não entraram no novo texto. Segundo o governo, qualquer outra mudança dependerá da negociação já em plenário e só irá acontecer se reverter em votos a favor da reforma.

Na terça-feira (6), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (PMDB) afirmou que a votação da reforma da Previdência estaria mantida para o dia 20 de fevereiro. “Vamos trabalhar. A construção da maioria no Brasil é uma construção lenta (…). Hoje não tem 308 votos. Agora, o Brasil é um País em que as coisas mudam tão rápido, quem sabe a gente consegue depois do carnaval, com todo mundo descansando um pouquinho, construir a maioria para aprovar aquilo que for possível para a Previdência”, disse Maia após uma reunião com o prefeito João Doria (PSDB), na sede da prefeitura da capital paulista.

Já o líder do governo, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP), afirmou nesta quarta que o prazo limite do governo para votação do texto vai até o dia 28.

Realizar um forte dia de luta e enterrar de vez a reforma
O próprio governo admite que ainda não tem os votos necessários para aprovar a reforma da Previdência e corre o risco de ver derrotada sua proposta. Mas Temer e os corruptos do Congresso estão pagando para ver e as negociatas para comprar o voto de deputados seguem a todo o vapor.

Portanto, os trabalhadores não podem baixar a guarda e a realização do Dia Nacional de Lutas em 19 de fevereiro, que está sendo convocado pelas centrais sindicais, é fundamental na luta para derrotar a reforma da Previdência.

É preciso realizar um dia de fortes mobilizações, com paralisações em todo o país, para pressionar os deputados e inviabilizar de vez a votação desse grave ataque aos trabalhadores brasileiros.

A CSP-Conlutas colocará todas as suas forças para garantir a unidade e realizar mobilizações no dia 19 de fevereiro, mas segue defendendo que mais do que um dia nacional de luta é preciso construir uma nova Greve Geral no país, única forma de derrotar de vez os ataques do governo.