Segunda onda de ataques derrubou o discurso de “mais polícia na rua”Lula e Alckmin estão mais preocupados com os reflexos eleitorais desse episódio do que em dar uma resposta ao problema da violência. Apesar das mútuas acusações sobre de quem é a responsabilidades pelo aumento da criminalidade, governo e oposição burguesa são, de fato, cúmplices e parceiros nesta história.

Mais uma vez, Lula propôs a intervenção da Força Nacional de Segurança em São Paulo. A ineficácia desta política já foi comprovada no Rio de Janeiro, onde o exército foi colocado em ação: depois de duas semanas reprimindo a população, só conseguiu reaver alguns fuzis roubados depois de negociar com os bandidos.
A oposição burguesa, por sua vez, tentou associar o PT com o PCC, dizendo ser estranho o surgimento dessa crise quando Alckmin cresce nas pesquisas. Evidentemente não se pode duvidar de relações do PT com máfias criminosas, como já ficou demonstrado no episódio Celso Daniel.

Mas, também nisso, estes partidos se igualam. Estão mais do que comprovadas as relações de PSDB e PFL com várias quadrilhas, como a dirigida por João Arcanjo Ribeiro, chefe do crime organizado no Mato Grosso. O fato é que, além da polícia e da Justiça, os partidos majoritários também estão corrompidos pelo crime organizado.

Exatamente por isso, Lula e Alckmin vão fazer suas campanhas eleitorais insistindo em soluções como aumentar os efetivos policiais ou usar as Forças Armadas como polícia, não questionando, em momento algum, o modelo econômico e a corrupção do Estado, da polícia e da Justiça, as verdadeiras causas da criminalidade.
Mas a segunda onda de ataques em menos de dois meses colocou por terra o discurso de “mais polícia na rua” proferido por esses senhores.

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